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Fiscalização apreende R$ 345 mil na Ponte Tancredo Neves

Aparentemente, a crise econômica não atinge à todos na Argentina. Enquanto índice de pobreza no país ultrapassa a marca dos 50%, número de ocorrências relacionadas à evasão de divisas só cresce.
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Agentes da Administração Federal de Ingressos Públicos (AFIP) confiscaram cerca de R$345 mil, equivalente a cerca de 70 mil dólares, durante uma operação de rotina na Ponte Internacional Tancredo Neves, que liga Foz do Iguaçu a Puerto Iguazú na Argentina.

De acordo com um comunicado divulgado à imprensa, os fiscais da AFIP ficaram desconfiados das explicações de um cidadão argentino que retornava de Foz do Iguaçu, alegando ter levado seu sogro ao aeroporto do lado brasileiro.

Diante da inconsistência na história fornecida pelo motorista argentino, os agentes decidiram realizar uma inspeção mais minuciosa do veículo, encontrando pacotes suspeitos próximos ao motor. Ao investigar, descobriu-se que esses pacotes continham maços de dinheiro cuidadosamente ocultos. No total, os fiscais contabilizaram a quantia de R$343.446.

O dinheiro, juntamente com o veículo e o celular do motorista, foi apreendido e encaminhado à sede da Justiça Federal da Argentina, na cidade de El Dorado. O motorista será acusado de tentativa de evasão de divisas, aguardando as próximas etapas do processo legal.

Uns com tanto e outros com tão pouco…

Enquanto, na Província de Misiones, a economia parece estar de vento em popa – a julgar pelo número crescente de ocorrências de tentativas de evasão de divisas que vem ocorrendo – no restante do país a taxa de pobreza continua a subir e atingiu 57,4%, alcançando o seu patamar mais elevado em duas décadas, de acordo com dados do Observatório da Dívida Social do país, ligado à Pontifícia Universidade Católica Argentina (UCA). Essa medição é resultado de pesquisas e de uma projeção para os meses de dezembro do ano passado e janeiro deste ano, conforme divulgado pelo órgão.

O aumento da pobreza é mais expressivo nos lares pertencentes às classes trabalhadoras ou que não recebem benefícios de programas sociais. Em dezembro, a taxa estava em 49,5%, considerando apenas a pobreza urbana do país.

O observatório alerta para a persistência do aumento da pobreza, mesmo com a presença de programas de assistência pública, após mais de duas décadas de um contexto de inflação, empobrecimento e ampliação dos programas sociais, somados a um novo programa econômico de ajuste ortodoxo.

Segundo estimativas, a população de indigentes aumentou de 9,6% no terceiro trimestre de 2023 para 14,2% em dezembro de 2023 e 15,0% em janeiro de 2024.

O governo liderado por Javier Milei atribui publicamente o crescimento da pobreza às administrações anteriores, enquanto a oposição aponta o atual programa de ajuste econômico como fator agravante do cenário.

Em declaração publicada pelo perfil da rede social X (ex-Twitter), o diretor do observatório, Agustín Sálvia, destacou que a redução da inflação para um dígito poderia levar a uma estabilização e, eventualmente, a uma diminuição da pobreza. “É possível reduzir de 55% para 40%”, considerou Sálvia em entrevista ao canal argentino La Nación +.

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