O volume de chuvas sobre o Rio Paraná, no mês de janeiro, três vezes maior que a média histórica na altura da Ponte da Amizade, não afetou o cronograma de construção da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco (PY). O último boletim do consórcio responsável pelas obras indica uma execução de 44%, considerando o trabalho simultâneo em ambas as margens do rio, com investimentos de R$ 104 milhões.
No lado brasileiro, iniciou-se a execução do mastro principal (apoio número 6) e o deslocamento do quarto trecho da futura pista de rolamento. Trata-se de uma estrutura de concreto armado com 20 metros de largura, 27 metros de comprimento e 1.050 toneladas. Já o mastro principal, que vai conectar os tensores da ponte, alcançou quase 90 metros de altura. Ao final da construção, essa estrutura vai chegar a 190 metros.
No lado paraguaio, o trabalho em janeiro concentrou-se na execução da caixa de equilíbrio (apoio número 1) e no mastro principal (apoio 5). Na caixa de equilíbrio, será deslocado o primeiro trecho da pista de rolamento, uma estrutura em concreto armado com 20,50 metros de largura e 26,02 metros de comprimento, com aproximadamente 1.300 toneladas.
No mastro principal da margem paraguaia, foram executadas a primeira e a segunda etapas de concretagem, de um total de 21 etapas necessárias. No final, a estrutura terá 180 metros de altura.
A nova ponte entre Brasil e Paraguai é uma obra do governo federal, com gestão do governo do Estado e recursos de Itaipu Binacional. Serão investidos aproximadamente R$ 463 milhões, considerando a estrutura, as desapropriações e a construção de uma perimetral no lado brasileiro.
A expectativa é que as obras terminem em meados de 2022. A futura ponte internacional terá 760 metros de comprimento e será do tipo estaiada, com o vão-livre de 470 metros, o maior da América Latina. Contará com pista de 3,7 metros de largura em cada faixa, acostamento de 3 metros e calçada de 1,70 metro.
Chuvas
A estação meteorológica de Itaipu próxima à Ponte da Amizade, a mais próxima do Marco das Três Fronteiras, registrou em janeiro uma precipitação de 598,5 milímetros, a maior para o mesmo mês desde 1997 e três vezes superior à média histórica, de 196 milímetros. No mesmo período de 2020, a precipitação foi de 217,2 milímetros.
Para este mês de fevereiro, de acordo com informações da Diretoria Técnica de Itaipu, a estimativa é que as chuvas fiquem dentro da média histórica para o período, entre 150 e 200 milímetros, com pancadas rápidas e isoladas.