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Só vou para Foz do Iguaçu quando as fronteiras abrirem…

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Durante alguns meses em que a fronteira com o Paraguai estava fechada e os turistas voltavam aos poucos à Foz do Iguaçu recebíamos muitos contatos de pessoas de todo o Brasil. A mensagem era mais ou menos assim: “Só vou para Foz do Iguaçu quando puder atravessar para fazer compras”.

Foz do Iguaçu tem as maravilhosas Cataratas do Iguaçu, a potência da Itaipu Binacional e dezenas de outros atrativos turísticos, mas eu entendi naquele momento a força que Ciudad del Este tem na hora do turista decidir para onde viajar.

Sempre soubemos que as famosas “comprinhas” era importante na jornada do turista na região, mas talvez nunca tivemos a ciência da importância real que isso impactava na nossa economia.

Um turista que decidia não vir para Foz do Iguaçu por causa das fronteiras fechadas significava, no dicionário técnico do turismólogo, uma room night a menos. Na conta do hoteleiro, menos fluxo de caixa no final do mês e consequentemente, lógico, menos dinheiro circulante nos restaurantes.

Quando o turista não decide vir para Foz do Iguaçu, talvez ele vá para outro lugar. Nordeste, Rio de Janeiro, Bonito, Gramado… Todos esses destinos estão competindo entre si para chamar a atenção dos viajantes, das famílias de férias, dos eventos, dos casais recém casados, dos debutantes… De todo mundo que por algum motivo resolve sair do seu destino.

A briga é grande. Balneário Camboriú acabou de inaugurar uma roda gigante no estilo London Eye que fez a atenção de muitos brilhar. Recentemente em Gramado abriu uma pizzaria que entrega uma experiência muito parecida com o universo do Harry Potter. No Rio de Janeiro o Zoo foi totalmente revitalizado. Tudo isso são investimentos para que servem para atualizar os destinos turísticos deixando eles modernos sob o olhar dos viajantes.

E onde o Paraguai e Ciudad del Este entra nessa história? Os investimentos feitos pelas lojas no Paraguai – desde as atuais reformas dos empreendimentos, até mesmo na captura de novas marcas ou na manutenção dos principais produtos comercializados concorre diretamente com as novidades apresentadas pelo mercado nacional.

O turista costuma enxergar Foz do Iguaçu como uma tríplice fronteira. Ele vem para Foz, vai às compras no Paraguai e em todo o roteiro está incluso também o tradicional jantar na Argentina. É a chance de muitos de colocar um pezinho do outro lado da fronteira e voltar para casa com produtos sem impostos adquiridos no exterior. Paraguai e Argentina fazem deste destino único.

Está na hora das cidades que fazem a nossa fronteira única pararem de concorrer uma com as outras. Empreendedores e moradores de Foz do Iguaçu, Puerto Iguazú e Ciudad del Este precisam enxergar o turista como uma benção e não explorá-los. O benefício de uma vantagem para o turista se converte em benefício para todo o destino.

Recentemente a abertura de um Duty Free em Foz do Iguaçu causou uma repercussão negativa em um grupo de marketeiros de Ciudad del Este. Como se o Duty Free fosse tirar os turistas das lojas paraguaias…

Isso pode acontecer? Claramente não. O Duty Free em Foz deve ser comemorado por todo o ecossistema turístico da região. Além de modernizar o destino, trazendo uma novidade para o olhar do turista, o Duty Free apresenta Foz do Iguaçu e região como um centro exclusivo de compras no Brasil e na América do Sul. Aqui o turista pode comprar em Foz, continuar suas compras em Ciudad del Este e terminar em Puerto Iguazú (assim que a fronteira com a Argentina for aberta).

Está feito um circuito de compras e quem quiser se beneficiar disso, poderá colher muitos frutos.

Se o turista já enxerga os 3 países como um único destino para as férias, porque não estamos unidos dessa forma? Fica o questionamento para resolvermos em 2021…

Abraços e boas festas, com responsabilidade, a todos!

 

*Garon Piceli é editor do Clickfoz.com, diretor de marketing do Grupo Loumar e vice-presidente da ADVB-PR

 

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