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Foz do Iguaçu já perdeu 4.174 empregos formais no período da pandemia

O Centro de Pesquisas Econômicas e Aplicadas da UNILA publicou um boletim analisando os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

Divulgado no final do mês de maio pelo Ministério da Economia, o Caged do primeiro quadrimestre de 2020 é o primeiro levantamento oficial que mostra o impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho. Conforme as informações do Cadastro, entre os meses de março e abril foram perdidos 4.174 empregos formais no município de Foz do Iguaçu. No acumulado do ano, a cidade teve uma queda de 6,26% no estoque de empregos formais.

No mês de abril, Foz do Iguaçu figurou entre as cinco cidades paranaenses com maior queda de emprego formal, ficando atrás de Curitiba, Londrina, Maringá e São José dos Pinhais. Porém, o coordenador do Cepecon, Henrique Kawamura, alerta que, levando em consideração o estoque de emprego formal – ou seja, a proporção de demissões pelo número total de postos de trabalho –, Foz do Iguaçu tem a maior taxa negativa, de 4,9%. “Uma possível explicação para que Foz do Iguaçu configure entre as dez cidades com mais demissões do Estado e a maior taxa relativa entre esses municípios é a sua economia estar intrinsecamente relacionada ao turismo. A dinâmica econômica de Foz do Iguaçu está pautada, em grande parte, no setor de comércio e serviços que atende ao turista”, explica.

Outro dado que confirma a tendência de queda no mercado de trabalho é o número de pedidos de seguro-desemprego. Na segunda quinzena de abril e primeira quinzena de maio, foram 2.562 solicitações do benefício em Foz do Iguaçu. Isso representa um aumento de 152% no número de pedidos, se comparado com a segunda quinzena de fevereiro e primeira quinzena de março.

Os integrantes do Cepecon também verificaram que a pandemia causou uma grande queda na série histórica de saldos de empregos. “A previsão, no fim da série ajustada, era que em abril o saldo de empregos em Foz do Iguaçu fosse positivo. De acordo com o modelo, considerando a série histórica, março teria um saldo de -31 empregos e abril, de 182 empregos”, salienta o professor Gabriel Vieira Mandarino. O cálculo foi feito por meio do modelo estatístico X-13ARIMA-SEATS, o mesmo utilizado por todos os governos para análise, por exemplo, de inflação, desemprego e PIB, bem como para fazer previsões. A série histórica utilizada para previsão compreende o período de 2007 a 2020.

Os pesquisadores destacaram, no boletim, que o Estado deve continuar e intensificar suas políticas anticíclicas, a fim de fortalecer o sistema de proteção e mitigar os efeitos sociais e econômicos da pandemia. “Os estados e municípios também podem e devem colaborar para reduzir os efeitos da crise sanitária. A linha de crédito lançada pelo município, chamada Programa Foz Juro Zero, em parceria com a Fomento Paraná, é um tipo de programa que pode amenizar a crise. Mas é preciso que esse programa chegue a todos da forma mais célere possível e que seus trâmites sejam facilitados”, exemplificou Henrique Kawamura.

 Impacto é menor em outros municípios da região

Enquanto Foz do Iguaçu tem um saldo acumulado de 6,26% no estoque de empregos, outros municípios da região Oeste do Paraná acumulam saldo positivo no primeiro quadrimestre. A variação foi de 11,3% em Itaipulândia e de 16%,2% em Matelândia. “O saldo positivo nessas cidades pode estar relacionado aos empregos na agropecuária, que vem apresentando menor impacto desde a pandemia, principalmente em Matelândia”, diz Gabriel Mandarino.

Em relação a abril de 2019, Foz do Iguaçu teve uma variação negativa de 4,73% no estoque de emprego formal. Já em Matelândia, o estoque de emprego aumentou 16,4% no mesmo período. A análise do Cepecon mostra que Foz do Iguaçu apresentou a maior queda do mês de abril em relação a março, cerca de 4,8%; já em março, a queda foi de 2,1%. Missal e Santa Terezinha de Itaipu reduziram o estoque de empregos em 2,7% e 2,3%, respectivamente. Já Matelândia incrementou em 7,5% no número de admissões no mês de abril.