Técnicos e engenheiros do Programa Veículo Elétrico (VE), da Itaipu Binacional, e da empresa ACS Aviation, de São José dos Campos (SP), começaram, nesta semana, em Foz do Iguaçu (PR), a fase de pré-comissionamento do primeiro avião elétrico tripulado da América Latina.
O protótipo, que tem como base o modelo esportivo acrobático ACS-100 SORA, para duas pessoas, chegou na última sexta-feira (22) ao Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Movidos a Eletricidade (CPDM-VE) da binacional. O modelo com propulsão elétrica é denominado SORA-e.
Foto: JIE |
Engenheiros observam motor do protótipo |
O presidente da ACS, engenheiro Alexandre Zaramella, e o diretor de desenvolvimento, engenheiro Conrado Almeida, estão na cidade nesta semana acompanhando o início dos trabalhos.
“Esse estágio é importante para o projeto porque é o momento em que fazemos os principais ensaios de solo. Depois, será feita a certificação do modelo com os órgãos competentes e, finalmente, o voo inaugural”, afirmou o coordenador brasileiro do Programa VE, Celso Novais.
Segundo ele, a expectativa é realizar o primeiro voo com SORA-e entre outubro e novembro deste ano, em local ainda a ser definido – Foz do Iguaçu ou São José dos Campos.
Novais acrescentou que o cronograma inicial divulgado pelo Programa VE, no ano passado, para o início dos testes com o avião elétrico, teve de ser alterado devido às dificuldades logísticas. Para ser transportado até Foz do Iguaçu, o modelo precisou ser dividido no ponto entre o cone da cauda e a fuselagem.
“Foi um trabalho complexo, que requereu uma reengenharia do projeto, para que não perdêssemos as características estruturais da aeronave”, afirmou.
Foto: JIE |
Tela da aeronave é toda no sistema touch screen |
Sobre a aeronave – Com 8 metros de envergadura (de uma ponta a outra da asa) e 650 quilos de peso total, o SORA-e terá autonomia de uma hora de voo e velocidade máxima de 340 km/h.
O modelo vai carregar um motor elétrico duplo, fabricado na Eslovênia, com potência máxima de 140 kW, e um conjunto com seis packs de baterias, contendo 16 células cada um. A estrutura é feita com fibra de carbono e o painel terá tela com tecnologia touch screen.
Zaramella explicou que o modelo chegou a Foz do Iguaçu com praticamente 90% do trabalho concluído. “Toda a parte estrutural está pronta e o motor, instalado. Faltam as baterias e a hélice. Esta última virá dos Estados Unidos, fabricada especialmente para o modelo.”
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Modelo chegará a 340 km/h e conseguiria voar por cerca de uma hora |
O executivo salientou que a transformação do modelo à combustão em elétrico demandou uma série de estudos e adaptações, incluindo modificações na asa para melhorar a aerodinâmica.
“A dificuldade neste projeto é que estamos desenvolvendo algo totalmente novo na área da aeronáutica. No futuro, todo esse trabalho, o histórico, as anotações técnicas, servirão como base para a certificação de outros veículos aéreos elétricos”, comentou.