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Festival River Games tem público recorde no Gramadão, em Foz do Iguaçu

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Foto: Marcos Labanca

Feiras, oficinas multiesportivas, food trucks e muitas apresentações musicais, com talentos locais e expoentes nacionais do hip hop. Não faltaram atrações no River Games Festival 2018, neste sábado (3), no Gramadão da Vila A, em Foz do Iguaçu. E o público correspondeu: mesmo diante da constante ameaça de chuva, que caiu de forma intermitente durante o dia, cerca de oito mil pessoas compareceram – um recorde para um único dia entre todas as edições do evento, que começou a ser promovido em 2105.

Aberto logo cedo, gratuitamente, a maior movimentação aconteceu após o almoço, quando as primeiras atrações musicais subiram ao palco. À tarde, o ponto alto ficou com a Batalha do Rap, quando MCs mostraram ao público talento de improvisação e velocidade na rima de versos.

O vencedor foi Victor Henrique Dias, o Vitinho, 17 anos, de Foz. “Mergulhei no rap há dois anos e desde então vou a todas as batalhas aqui na cidade. Essa foi a primeira vez que vi essa cultura num espaço tão amplo. É uma satisfação apresentar meu trabalho para essa quantidade de pessoas.” Outro talento local foi Natieli Macedo, 20 anos, que representou o público feminino na batalha. “Trazer a cultura hip hop para fora da periferia é permitir que ela seja acessível a todos.”

Público

Foto: Marcos Labanca

Mesmo com a chuva, o público não se dispersou. Muitos trouxeram cadeiras de praia e caixas térmicas. “Viemos em 20 pessoas num micro-ônibus, de Medianeira e vamos ficar para aproveitar a festa até o fim”, disse a estudante Bárbara Peres, 20 anos. Além dos grupos, famílias inteiras também estiveram no Gramadão para conferir de perto as atrações. “Meu filho viu pela internet e a gente veio conferir de perto. É muito interessante abrir algo que é para todos”, disse a professora Laudicéia Bosco.

Tendas

Enquanto os shows eram apresentados no palco, muita gente aproveitou para visitar a praça de alimentação e também conhecer mais sobre talentos locais na feira de artesanato. A primeira participação da Lixotec no evento, que trouxe ao público a possibilidade do descarte de lixo eletrônico, foi pequena, mas significativa. “Essa é a primeira vez que participamos e pudemos ver a dimensão desse festival. Nos próximos podemos ampliar essa coleta. Ainda falta muita informação para as pessoas fazerem o descarte correto”, disse Rafael Alves de Oliveira, um dos organizadores.

Na Feira de Trocas da Tríplice Fronteira, o movimento foi maior. Numa bancada, livros, peças de roupas e até eletrodomésticos foram deixados para troca. “Quando a gente integra a feira a outro evento, traz maior visibilidade. Aos poucos as pessoas estão conhecendo o valor dessas trocas, que na verdade tratam sobre contato entre as pessoas e desapego”, disse Mayara Rodrigues Brecher, do coletivo da Feira.

As ações ao ar livre, como slackline e atividades circenses, foram as preferidas entre as crianças. Mais de duas mil pulseiras de acesso foram distribuídas pela organização. Todas as atividades foram acompanhadas de perto por profissionais do circo.

Shows

A iniciativa de trazer nomes de grande projeção no rap nacional partiu de uma pesquisa junto ao público do River Games. “A gente teve imenso prazer em conhecer esses artistas e saber do trabalho que está além dos palcos”, disse Raby Khalil, organizador.

As apresentações do jovem Sant levantaram o público. A empolgação também tomou conta durante o show do Mc Marechal. Carismático, foi acolhido por centenas de pessoas quando desceu até a plateia durante o show. “A cultura hip hop prega isso: estarmos sempre conectados com a comunidade.” Para ele, a tecnologia possibilitou maior democratização e maior espaço ao estilo. “As pessoas hoje podem prestar atenção com menos preconceito.”

Um dia antes de subir ao palco, Marechal conversou com mais de 50 jovens sobre sua história e como a música trouxe a um novo esclarecimento de vida. “É a voz dos sem voz.”

Logo em seguida, Froid e Cynthia Luz subiram ao palco trazendo sucessos revelados especialmente na internet. Para ele, a oportunidade de mostrar o trabalho num espaço central foi ímpar e de grande importância. “O movimento (hip hop) precisa de espaços onde mais pessoas possam ter acesso, para que a cultura avance. O mais importante é ter voz, não apenas engajamento, mas ser livre para poder escolher.”

No encerramento, Adonai do Cidade Verde trouxe o agradecimento a todos os colaboradores e ao público presente debaixo de chuva. “Foi lindo ver todos aqui. Espero poder voltar outras vezes e caminharmos sempre juntos.”

Corrida

Foto: Marcos Labanca

A Sunset Run, corrida que integrou o festival, teve sua largada no início da noite, debaixo de chuva, o que não diminuiu a empolgação dos 391 participantes. O grupo de Ciudad del Este, Pumas Atletic Club, trouxe 15 representantes para as provas de 4 e 8 quilômetros. “Treinamos todos os dias, viajamos juntos e já encaramos muita chuva na pista. Não há impedimento nenhum”, disse Célia Martines, uma das integrantes do grupo.

Para o treinador da equipe, Ramon Lopez, os cuidados a serem tomados com a pista molhada foram repassados aos corredores antecipadamente. “É só ter cautela na saída, indo mais devagar e, no restante, muita atenção ao percurso.”

Fátima Paz, 63 anos, membro da Acorrefoz, também estava animada. “Corro há dez anos e já encarei até granizo, faz parte. Mas a gente fica feliz porque é uma satisfação correr, dá muita energia.”

Quem cruzou a linha de chegada recebeu medalhas e os três primeiros colocados de cada categoria foram contemplados com troféus. “Correu tudo dentro do previsto, mesmo debaixo de água”, disse Rodrigo Cirilo, coordenador da prova.

Confira a classificação:

4 km/geral masculino

Lucas Claro de Abreu

Rudi eduardo Paetzold

Gabriel Giovaney Cardoso carvalho

4 Km/geral feminino

Andrea Bernardes

Shirley Aguirre

Edimara Alves de Oliveira

8 Km/geral masculino

Raul Benitez

Urivagner Fonesi

Edison Sanabria

8 Km/geral feminino

Keidy Roze Cima Pontes

Deise Maria Becker

Margareth de Oliveira Krauser

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