O que mais tem crescido nos últimos anos aqui na Triplice Fronteira é a quantidade de jovens brasileiros que chegam aqui, oriundos de várias cidades brasileiras, para cursar Medicina no país vizinho.
A diferença brutal na mensalidade é o grande atrativo nisso tudo. Embora os cursos na área de saúde já estejam em vigor há muitos anos no Paraguai, somente nos últimos tempos é que começou a invasão de alunos brasileiros.
Até que ponto vale a pena cruzar a ponte e estudar no estrangeiro? Há riscos? E se há, quais são eles?
Riscos existem por todos os lados e em qualquer lugar do mundo. Mas vale ressaltar que o Paraguai é o país com o menor índice de homicídios da America do Sul. Então essa não deve ser a maior preocupação dos estudantes. E sim, informar-se sobre o curso que está fazendo. Se ele está legalizado dentro das normas do Ministério de Educação e Ciências (MEC) do Paraguai, pois há dezenas de cursos em algumas instituições de ensino superior que estão operando de forma irregular.
Recentemente vários destes cursos foram fechados pelo Conselho Nacional de Educação Superior (CONES). Esses problemas começaram a surgir no período 2006-2010, quando os parlamentares da época, em sua maioria, criaram a “Ley Marco” para terem a potestade de criar instituições de altos estudos, como se fossem barzinho de esquina, sem os requisitos que a educação superior exige. Eles criaram muitas faculdades “fundo de quintal”, e por isso, são responsáveis pela grande vergonha em que se converteu parte do ensino de terceiro grau no Paraguai.
As denúncias não param de acontecer. São centenas de alunos que se formam a cada ano, mas na hora de buscar o título se deparam com uma triste realidade, ao constatar que o curso feito não estava registrado devidamente no MEC. Mas devemos deixar bem claro que: existem muitas Instituições de Ensino Superior sérias e que cumprem com todas as exigências para a legalidade dos cursos oferecidos.
Cabe ao candidato que vai concluir seus estudos no Paraguai verificar e se informar devidamente, antes de se matricular para o curso escolhido, se ele está registrado e habilitado pelo MEC. Afinal nem tudo que reluz é ouro.
*Ney Morales é jornalista nas três fronteiras
