Foz do Iguaçu vive uma grave crise política. A população está envergonhada com as inúmeras prisões e as denúncias de corrupção envolvendo agentes públicos. Diante desse caos político, entidades da sociedade civil organizada lançaram uma “Campanha pela Moralização da Política de Foz do Iguaçu”, nesta terça-feira, 07.
A mobilização é coordenada pela Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), Ordem dos Advogados do Brasil e Observatório Social. Os presidentes das instituições, respectivamente Leandro Teixeira Costa, Valter Cândido Domingos e Juliano Bicicgo, concederam entrevista hoje cedo para apresentar as reivindicações.
As entidades exigem de abertura de comissão processante para a apuração da quebra de decoro parlamentar dos vereadores eleitos e suplentes denunciados na Operação Pecúlio. Também pedem a redução, em lei, para 2 assessores legislativos por gabinete com remuneração máxima de 50% dos vencimentos do vereador.
As instituições apresentaram ainda outras duas exigências: prestação de contas mensal das atividades de fiscalização dos gastos públicos e criação de mecanismos legais e efetivos para garantir a transparência da gestão pública municipal.
Durante a entrevista coletiva, o presidente da ACIFI, Leandro Teixeira Costa, destacou que a campanha tem como objetivo aproveitar esse momento com novos vereadores na Câmara Municipal (titulares e suplentes) e eleição de novo prefeito para levantar a voz da comunidade iguaçuense.
“Fomos parar de forma vexatória no noticiário diante do absurdo de vereadores saírem em viaturas da cadeia para tomar posse na Câmara Municipal. É lamentável ter notícias diárias sobre denúncias de corrupção envolvendo agentes públicos que desviaram dinheiro da população”, afirmou Leandro Teixeira Costa.
Para o presidente da OAB, Subseção Foz do Iguaçu, Valter Cândido Domingos, o legislativo municipal deve ser atuante e caminhar ao encontro dos anseios do iguaçuense. “Os vereadores precisam demonstrar que estão realmente trabalhando em prol da nossa cidade”, disse.
Já o presidente do Observatório Social, Juliano Bicicgo, destacou que a indignação é generalizada na comunidade. Segundo ele, o descrédito é enorme em relação aos políticos em virtude da propaganda negativa nacional. “A campanha é um clamor da sociedade que ouvimos por onde passamos”, destacou.
Apoio
Também participou da coletiva o delegado-chefe da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, Fabiano Bordignon. A PF, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Justiça Federal, continua com a Operação Pecúlio a todo vapor para investigar denúncias de corrupção envolvendo a Câmara Municipal (legislatura passada) e a Prefeitura (gestão anterior).
Para ele, a campanha é uma iniciativa muito importante em virtude dos problemas recentes na cidade. “O papel da Câmara de Vereadores não é só de legislador, mas de fiscalizador. O que a gente percebe é uma falta de atuação da Câmara de Vereadores em ver o que está acontecendo na cidade e no governo. Isso depois acaba dando trabalho ao sistema justiça criminal”, ponderou.
A etapa inicial da “Campanha pela Moralização da Política de Foz do Iguaçu” inclui divulgação por meio de outdoors, cartazes, panfletos, camisetas, adesivos para automóvel e bótons. Na manhã do domingo, 12, será feita uma panfletagem de conscientização na Feirinha da JK, das 9h às 10h30. O material da campanha está disponível no link www.acifi.org.br/bastadevergonha.
Campanha pela Moralização da Política
1) Abertura imediata da comissão processante para a apuração da quebra de decoro parlamentar dos vereadores eleitos e suplentes denunciados na Operação Pecúlio.
2) Redução, em lei, para 02 assessores legislativos por gabinete com remuneração máxima de 50% dos vencimentos do vereador;
3) Prestação de contas mensal das atividades de fiscalização dos gastos públicos;
4) Criação de mecanismo legais e efetivos para garantir a transparência da gestão pública municipal.