O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quinta-feira (12), em São Paulo, que o retorno do horário de verão é uma possibilidade real. A medida, suspensa desde 2019, visa o melhor aproveitamento da luz natural, reduzindo o consumo de energia elétrica, especialmente nos horários de pico.
“O horário de verão é uma opção, mas não uma certeza, pois envolve implicações energéticas e econômicas. Embora ajude a reduzir o uso de térmicas, afeta diretamente a vida das pessoas”, disse Silveira. Ele destacou que a decisão não será precipitada, e que um estudo detalhado será conduzido para avaliar a necessidade da retomada.
O ministro já solicitou ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e à Secretaria Nacional de Energia Elétrica que preparem um plano de contingência para o verão 2024/2025. A reunião envolverá também o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Benefícios econômicos
Pesquisas apontam que o horário de verão tem impactos positivos em setores como turismo, bares e restaurantes, além de contribuir para a redução do uso de usinas térmicas nos horários de maior consumo, entre 18h e 21h. “Precisamos avaliar as usinas térmicas, tanto da Petrobras quanto do setor privado, e suas principais fontes de geração, como o óleo diesel”, afirmou o ministro, destacando a importância de manter o equilíbrio e a segurança energética no país.
Aumento da demanda por energia
Silveira também comentou o crescimento do consumo de energia no Brasil, impulsionado pelas altas temperaturas. Em setembro, o país registrou um consumo recorde de 105 gigawatts (GW) em um único dia, acima da média de 85 GW. “Isso mostra que todos os aparelhos de ar-condicionado do país estavam ligados, o que reforça a necessidade de uma geração de energia mais eficiente”, explicou.
O ministro destacou a importância da “economia verde” como solução para o futuro energético do Brasil, conciliando desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental e combate à desigualdade.
Histórico do horário de verão
O horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931, pelo então presidente Getúlio Vargas. De 1985 a 2019, funcionou continuamente em estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com o objetivo de reduzir a demanda por energia elétrica no período de maior luminosidade. A medida foi revogada em 2019, devido à baixa efetividade na economia de energia.
Agora, o Ministério de Minas e Energia estuda o possível retorno da política, considerando não apenas a geração de energia, mas também fatores econômicos e climáticos, visando garantir a segurança energética no país.
Com informações: Agência Brasil. Imagens: Arquivo Agência Brasil/Divulgação.