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Volta às Aulas: Com artigos escolares até 9% mais caros no Brasil, lojas no Paraguai salvam orçamento dos pais

Enquanto Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares estima aumento de até 9% no preço de artigos escolares em relação ao valor do mesmo produto em 2023, lojas de Ciudad Del Este no Paraguai oferecem produtos similares, e em alguns casos, da mesma marca e modelo, proporcionando economia de mais de 48% para o bolso dos pais brasileiros.
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Como diz o dito popular, “o brasileiro não tem um minuto de paz”, e nem bem iniciamos o ano de 2024 e muitos brasileiros já começam a se preocupar com o orçamento familiar, principalmente os pais, que já entram em janeiro com a missão de buscar os melhores preços para garantir o material escolar dos filhos. Itens como lápis de cor, borracha, caderno, uniforme e mochila compõem a extensa lista fornecida pelas escolas. Neste ano, a estimativa da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares estima um aumento de 7% a 9% nos preços desses produtos.

Escassez e aumento de demanda pós pandemia

A pandemia da Covid-19 e o subsequente isolamento social resultaram em escassez de insumos para a produção de material escolar no Brasil. Essa situação acabou fazendo com que a indústria nacional e importadoras tivessem que lidar com custos mais elevados. Matérias-primas importadas, como papel, papelão e plástico, tornaram-se mais caras devido à flutuação do dólar no país, aos aumentos de custos na Ásia e à elevação dos preços dos fretes internacionais. Em 2022, com o retorno das aulas presenciais, e o aumento da demanda pelo produto, os preços dos materiais escolares aumentaram significativamente, variando entre 15% e 30% a mais do que antes da chegada da pandemia de Covid-19.

A salvação está do outro lado da ponte

Para alguns pais, especialmente aqueles que residem em Foz do Iguaçu ou podem se deslocar até aqui, as lojas em Ciudad Del Este têm se tornado aliadas cruciais na missão de manter o orçamento “no azul”. Desde o início de dezembro, muitos estabelecimentos já oferecem itens da lista de material escolar, como cadernos, lápis e mochilas. Alguns desses locais mantêm um estoque específico nesta época, focados em fornecer os principais produtos solicitados pelas escolas entre janeiro e fevereiro. Decidimos averiguar uma dessas lojas para avaliar a viabilidade de comprar material escolar no país vizinho, e os resultados foram surpreendentes. Encontramos itens com uma economia superior a 48% em relação aos preços no Brasil.

Visitamos a S.A Shop, conhecida por oferecer variados produtos a preços acessíveis, desde utilidades domésticas a produtos de beleza, ferramentas e eletrônicos. Recentemente, a S.A Shop inaugurou sua terceira loja no piso G do Shopping Paris. A loja estava repleta de material escolar, organizado e em local de destaque. Cadernos de diferentes tipos e tamanhos, colas branca e colorida, lápis de cor, giz de cera, estojos de variados tamanhos e massinha de modelar estavam facilmente acessíveis e com preços visivelmente mais baixos, mesmo considerando a cotação em dólar. 

Mochilas e lancheiras, inclusive as temáticas, que no Brasil facilmente ultrapassam R$150, estavam sendo vendidas entre U$8,00 e U$25,00. No dia da visita, o câmbio estava em R$5,00 para cada U$1,00.

É importante mencionar que, apesar de não encontrarmos exatamente as mesmas marcas ou modelos disponíveis no Brasil em muitos itens, utilizamos para comparação uma extensa linha de lápis de cor da renomada fabricante alemã Faber-Castell. Comparamos os preços dos produtos da marca encontrados na S.A Shop com os preços disponibilizados no site de duas revendedoras da marca no Brasil, a Kalunga e o próprio e-Commerce da marca, e a diferença de preço, especialmente nos itens mais caros, foi próxima de 50%, revelando uma vantagem considerável para quem busca esses produtos no Paraguai. Confira a tabela de comparação na imagem abaixo:

O que não pode ser solicitado

É crucial ficar atento às diretrizes legais que resguardam os direitos dos consumidores no momento da matrícula e aquisição de materiais. A Lei Federal nº 12.886/2013 proíbe a cobrança de produtos de uso coletivo por parte das escolas. Dentre os itens vetados, estão: água mineral, álcool, agenda escolar específica da instituição, algodão, baldes para praia, balões, barbante, bastão de cola quente, carimbos, copos descartáveis, cotonetes, esponjas para pratos, fitas decorativas, grampeadores, isopor, lenços descartáveis, papel higiênico, materiais de limpeza, entre outros.

No entanto, os materiais de uso pessoal, como cola, apontador, massinha, livros de história e giz de cera, podem ser solicitados pela escola dentro das disposições legais.

Cuidado para não ter problemas

Ciudad Del Este pode parecer um “paraíso” das compras e a solução para quem busca economia, mas, assim como qualquer outro grande centro de compras no mundo, também esconde algumas “ciladas” que podem, ao invés de promover economia, causar prejuízo aos consumidores menos atentos.

Escolha com cautela as lojas onde irá adquirir seus produtos, nem todas as lojas oferecem produtos originais e de qualidade. Não acompanhe guias de rua e não aceite ajuda de desconhecidos nas ruas de Ciudad Del Este. Evite levar grandes valores em espécie, basicamente todas as grandes lojas de Ciudad Del Este oferecem a possibilidade do pagamento via PIX. Cuidado com as quantidades, embora a Receita Federal do Brasil atribua uma isenção de impostos para compras de até U$500 a cada 30 dias, é preciso ficar atento às restrições quantitativas. Caso não seja morador da cidade e não tenha total conhecimento da fronteira, opte por atravessar a fronteira com transporte regulamentado, de táxi ou com agências de turismo. A Loumar Turismo, agência com mais de 33 anos de atuação na fronteira, oferece transporte com saídas diárias em diversos horários no sistema “leva e traz”, acompanhado de guias e fornece um “Guia de Compras” impresso com mapa que mostra onde estão localizadas as principais lojas de Ciudad Del Este. 

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