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"Vocês blogueiros e nós do Wikileaks estamos de mãos dadas", diz Kristinn Hrafnsson

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O primeiro dia do Encontro Mundial de Blogueiros começa com dois dos palestrantes internacionais mais esperados. Na mesa estavam o porta-voz do wikileaks, Kristinn Hrafnsson, o jornalista do Le Monde Diplomatique, Ignácio Ramonet, o jornalista brasileiro Luiz Nassif, a fundadora da agência de jornalismo investigativo Pública, Natália Viana e a blogueira gaúcha Tatiane Pires. O joranlista Dênis de Moraes não conseguiu chegar a tempo pra particiapar da atividade.

Foto: Debora Teixeira| Clickfoz
A Mesa foi composta por Kristinn Hrafnsson, Ignácio Ramonet, Natalia Viana, Tatiene Pires e Luis Nassif

Hrafnsson contou a história do Wikileaks, falou sobre a “lacuna” que se formou no jornalismo nos últimos dez anos, onde ainformação foi facilmente manipulada e a importância do Wikileaks para preecher esta lacuna com informações transparentes. Falou do risco que correram em trabalhar em conjunto com grandes veículos da mídia tradicional como New York Times e The Guardian, e que se pudessem começar novamente teriam feito os acordos diretamente com jornalistas e não com as empresas de comunicação.
 

Foto: Deobra Teixeira | Clickfoz
"É preciso tomar cuidado, nós do Wikileaks sofremos muitas ameaças", afirma o porta-voz do Wikileaks

 
Em seguida, Hrafnsson falou alertou a importância dos veículos de comunicação alternativos. “Eles normalmente não estão atrelados a nenhum tipo de governo e não estão ligados financeiramente a grandes corporações, geralmente são mais críticos e comprometidos com a qualidade da informação”, disse.

Finalizou dizendo que os blogueiros são parte fundamental neste novo processo da comunicação. E afirmou ainda que futuramente eles poderão ser colaboradores do Wikileaks. “Vocês blogueiros e nós do Wikileaks estamos de mãos dadas, em poucos anos o futuro será definido e nós precisamos fazê-lo com transparência”.

“A explosão das novas mídias foi uma das coisas mais importantes já acontecidas na comunicação”, afirmou Ignácio Ramonet. De acordo com ele as novas mídias estão colocando a profissão do jornalista em crise de identidade. “O jornalista já não sabe mais para quê ele trabalha, as mídias tradicionais perderam seu monopólio da informação para os blogueiros”. Mas alterou “muitos blogueiros não estão contra o conservadorismo, pelo contrário, há muitos blogueiros reacionários e conservadores”.
 

Foto: Debora Teixeira | Clickfoz
“Estamos em um sistema efêmero que não tem vocaçao para estar estabilizado”, Ignácio Ramonet

Ramonet alertou ainda sobre o fato de estarmos passando por um período de transformação na comunicação. “Se este debate estivesse acontecendo há 5 anos nós estaríamos falando do MySpace, hoje estamos falando do fenômeno Twiiter, que provavelmente daqui há 5 anos já terá sido superado por algo mais interessante”.

O comunicólogo falou sobre a rapidez da informação e o quanto é importante estar atento neste novo processo. “As mídias tradicionais existe há mais de um século e meio, e as redes sociais com certeza foi a primeira coisa que desestabilizou este monopólio. Estamos em um sistema efêmero que não tem vocaçao para estar estabilizado como os velhos meios estavam”.

Para fechar a mesa o jornalista Luiz Nassif falou sobre o papel das novas mídias no Brasil. “A Velha mídia espalha a intolerância, a construção do conhecimento pressupõe você abrir mão da propriedade da informação”, afirmou. Alertou ainda sobre o posicionamento da mídia tradicional brasileira que não tem uma identidade própria e tenta seguir o modelo da mídia norte-americana. 

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