Teve início, na manhã desta segunda-feira (17), o Fórum Latino-Americano de Educação Superior (FLAES). O evento tem como objetivo debater o papel da Educação Superior na formulação de políticas que promovam os procesos de internacionalização do ensino e que fomentem a integração regional do continente latino-americano. É voltado para as instituições e redes universitárias comprometidas com o desenvolvimento do ensino superior na América Latina e se propõe a refletir sobre uma internacionalização universitária que atenda aos interesses e demandas próprios do continente latino-americano.
Foto: Unila |
Fórum Latino-Americano de Educação Superior começou nesta segunda-feira, 17 |
O Fórum, que ocorre no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) até amanhã, é realizado pela UNILA, pelo Conselho Nacional de Educação e pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), e conta com o apoio do PTI e da Itaipu Binacional.
Após a cerimônia de abertura, foi dado início à programação, com o primeiro painel do evento: “Painel: Integração e Internacionalização da Educação Superior”. O eixo temático foi apresentado pelo consultor internacional no campo do ensino superior Marco Antônio Rodrigues Dias, responsável pela secretaria do fórum da UNESCO/ONU para Educação Superior.
O palestrante apresentou, sucintamente, um documento escrito por ele, intitulado “Cooperação Universitária em Tempo de Globalização Uniformizante”. Ele destacou, em sua fala, o impacto da globalização sobre os sistemas e instituições do ensino superior e afirmou que a cooperação universitária tem muitas facetas. “Ela pode referir-se às estruturas, aos modelos, à mobilidade de estudantes, professores e pesquisadores, aos intercâmbios de programas de formação e pesquisa, aos acordos entre instituições e entre países, à intercultural idade, à venda de produtos educativos mundo afora”, pontuou.
Para Marco Antônio Rodrigues Dias, o risco mais significativo atualmente é o fato de que as oportunidades internacionais estão disponíveis apenas para estudantes com recursos financeiros. “Por outro lado, o risco mais grave é a mercantilização e comercialização do ensino superior”, observou. Segundo o pesquisador, até algumas décadas atrás, as instituições de ensino superior não davam atenção à internacionalização. “Hoje, por outro lado, existem unidades específicas nas universidades que cuidam dessa questão, mas ainda não são reconhecidas. A tendência está sendo revertida aos poucos, mas ainda é um problema”, acrescentou.
O palestrante também falou das dificuldades em se estabelecer um mecanismo de reconhecimento e equivalência de diplomas – uma preocupação da UNESCO há mais de meio século. E completou observando que é necessário que as universidades repensem e reformulem suas missões. “As mudanças devem, acima de tudo, basear-se em um projeto de nação. Esse projeto é responsabilidade de todos os cidadãos. Não pode ser apenas um programa de governo ou de um eventual candidato”.
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Programação segue até terça-feira, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) |
O tema foi moderado pelo presidente da ANDIFES, Targino de Araújo Filho, e debatido pelos professores António Manuel Seixas de Sampaio da Nóvoa (reitor da Universidade de Lisboa); Jorge Brovetto, fundador da Associação de Universidades do Grupo Montevideo (AUGM); e Alfonso Fuentes Soria – diretor-geral do Conselho Superior Universitário Centro-Americano (CSUCA).
Entre as questões pontuadas pelos debatedores, destaca-se que a internacionalização deve, antes de mais nada, reforçar as instituições, e que, para viabilizar-se, as universidades precisam ser mais livres, mais abertas e mais dinâmicas. Além disso, é preciso que as universidades construam parcerias com benefícios mútuos e responsabilidades compartilhadas.
Programação
À tarde, o evento prosseguiu com três painéis temáticos: “Sociedade do Conhecimento e a Educação Superior”, “Qualidade, Pertinência e Inclusão na Educação Superior” e “Espaço Latino-americano e Caribenho de Educação Superior”. Nesta terça-feira (18), serão realizados mais dois painéis: “Avaliação, Credenciamento, Acreditação, Equidade e Qualidade” e “Governabilidade e Autonomia na Educação Superior”. Para finalizar o evento, será redigida uma carta que deverá contribuir com o debate sobre a educação superior em nível global.
O evento também pode ser acompanhado ao vivo pela internet, no site do evento, por meio deste link.