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Trabalho realizado em Foz servirá de base para implantação de serviços de acolhimento em outros municípios do Brasil

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Os organizadores do 1º Seminário Trinacional de Convivência Familiar e Comunitária consideraram que os temas abordados pelos palestrantes brasileiros e estrangeiros atraíram muito mais pessoas do que se esperava, por causa do aspecto desafiador que envolve as práticas de acolhimento familiar, algo ainda muito recente no Brasil. Quase 650 pessoas se inscreveram no evento que termina hoje (12). “O projeto existente em Foz do Iguaçu é muito bem estruturado,” avaliou o juiz da Vara da Família, Infância e Juventude da cidade de Piripiri/Piauí, Raimundo Gomes. “Eu pretendo me inteirar ainda mais para ver se a gente implanta lá,” disse ele.

“Cada slide apresentado foi muito pensado,” explicou a psicóloga Josiane Martins, do serviço de Família Acolhedora, em Foz. “Queríamos mostrar nossos trabalhos de forma simples e didática, para facilitar o entendimento de profissionais de outras partes do Brasil para que eles pudessem replicar esse serviço”. A colega de Josiane e também psicóloga, Glinia Pontes, apontou que o objetivo da equipe era “compartilhar a ideia que está dando certo em Foz”. A coordenadora do Programa Guarda Subsidiada, que inclui o serviço de Família Acolhedora, Euni Rodrigues relatou que “as equipes técnicas de outros municípios perceberam que vivem a mesma realidade e que podem aproveitar nossas experiências”.

Como é feito em Foz do Iguaçu?
O serviço de Família Acolhedora está, há três anos, sob a responsabilidade da Associação Fraternidade Aliança – AFA, em Foz do lguaçu, em parceria com a Prefeitura Municipal. Quase 30 famílias da comunidade passaram por formação com a equipe técnica da AFA e estão aptas a receber, provisoriamente, crianças e adolescentes em situação de risco, enquanto a família de origem é atendida pela Rede de Proteção. Os detalhes desse atendimento foram apresentados no evento. Encaminhar uma criança ou adolescente para uma família acolhedora é uma medida de proteção que oportuniza a experiência de se vivenciar uma dinâmica familiar diferenciada, onde há respeito, segurança e amor.

“O acolhimento é uma medida de proteção, jamais uma privação de liberdade,” destacou a juíza da Vara da Infância e da Juventude de Foz do Iguaçu, Dra. Luciana Ballalai. Segundo ela, “o serviço de Família Acolhedora deve ser prioridade em cada município, já que o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas à proteção da infância e da juventude.” O promotor de justiça em Foz do Iguaçu, Dr. Fernando de Paula Xavier Júnior avaliou o trabalho desenvolvido pela AFA, na fronteira: “A AFA possui equipes conscientes, preocupadas com o bem-estar do acolhido, em consonância com o bem-estar das famílias acolhedoras”.

Principais proposições do Seminário
Atualmente, há um fluxo definido em reuniões com a Rede de Proteção que norteia o passo a passo do trabalho de acolhimento, em Foz. O objetivo é que isso seja formalizado numprotocolo de atendimento que torne claras as medidas que têm de ser tomadas. A juíza da Vara da Infância e Juventude de Foz aponta que “outra proposta do Seminário Trinacional de Convivência Familiar é a criação de uma Lei Municipal, num primeiro momento, e depois uma Lei Federal que defina, em detalhes, as regras para o Serviço de Família Acolhedora”.

Para a gestora administrativa da AFA, Christina Freire Rinaldi o evento foi esclarecedor: “Vimos a importância de se cuidar da família, seja ela de origem ou extensa; de se cuidar da equipe técnica que está realizando o trabalho e a importância de assumirmos o compromisso de realizar todos os esforços possíveis para a reintegração familiar. Vimos a necessidade de se promover ainda mais ações para o desenvolvimento das competências das famílias, pois o papel da família é insubstituível,” concluiu.

Para facilitar que essa iniciativa seja replicada em outros locais do Brasil, todo o material apresentado pela AFA durante o seminário será disponibilizado no site do eventohttp://www.fraternidadealianca.org.br/seminariotrinacional (vídeos e slides com folders, matérias didáticos usados com as famílias e dados). A AFA também abriu as portas para receber profissionais de outros locais para capacitações – já que a cidade de Foz do Iguaçu é considerada referência nacional no assunto, ou para encaminhar equipes para apresentar os resultados do trabalho e oferecer cursos de formação, quando for solicitado.

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