Fotos: Augusto Conter/ Enviado especial ClickFoz |
"Bando de loucos" pelo Timão |
Centenas de corinthianos de Foz do Iguaçu e região foram ao estádio Defensores Del Chaco, em Assunção, capital do Paraguai, para acompanhar o time paulista na 3ª rodada da Taça Libertadores da América, na quarta-feira (17).
Quem estava lá conferiu de perto a quebra do jejum de Ronaldo. O atacante fez o gol da vitória aos 40 minutos do primeiro tempo, após ter ficado cinco jogos sem marcar. A vitória por 1 a 0 sobre o Cerro Porteño deu a liderança isolada ao Alvi Negro no Grupo 1 da competição Sul americana, com 7 pontos.
Bando de loucos – Jogo em pleno meio da semana. A caravana de três ônibus deixou Foz do Iguaçu por volta das 11h30 de quarta-feira (17). Muitos dos entrevistados declaram oficialmente nos afazeres diários estarem sofrendo sérias “dores de cabeça”, “de estômago” e outros males. Na prática, em meio a ela, a torcida estava saudável e tinha também funcionários autônomos, estudantes e desempregados.
A torcida visitante foi composta no total por cerca de 1.500 torcedores. Entre os integrantes da caravana de Foz do Iguaçu, Gertur Geani Gerhardt era um dos mais animados. Morador de Santa Helena, ficou sabendo da excursão através de um amigo de Foz do Iguaçu e trouxe mais cinco para a viajar com ele. “Pelo Corinthians vale tudo. Quando tiver jogo, não precisa chamar duas vezes”, disse o corinthiano que se auto-declara fanático.
Em meio à torcida iguaçuense, majoritariamente masculina, havia cerca de dez mulheres. Raísa Boing era uma delas. “Acho que nasci diferente”, afirmou ao ClickFoz, sobre a difrença numérica. Já na segunda excursão (viajou em 2008 na partida contra o Marília, em Londrina, pela série B), Raísa disse que pretende continuar acompanhando o grupo em jogos próximos a Foz do Iguaçu.
A viagem – O humor ditou o ritmo dos 330 km de viagem entre a Terra das Cataratas e a capital do Paraguai. A descontração foi grande, incluindo uma pausa em um posto – para os passageiros comprarem alimentos – onde um torcedor do Cerro Porteño parou o carro para abastecer e tirou fotos abraçando os rivais em meio a piadas amigáveis.
No entanto, se aproximando do estádio, o tom foi outro. Um garrafa foi atirada em um dos ônibus antes da chegada da escolta policial, quebrando uma janela. Após o susto, o caminho sucedeu tranquilamente com o acompanhamento das autoridades. Medidas preventivas, como esperar o estádio esvaziar para a saída da torcida visitante, auxiliaram no processo de segurança.
O estádio – Alimentados a base de chipa, espécie de pão de queijo preparada com milho, tradicional no Paraguai, os torcedores contavam com refrigerante e água no interior do estádio.
O Defensores Del Chaco tem entradas diferenciadas para a torcida local e os visitantes. O estádio possuía capacidade para 50 mil pessoas até a reforma de 2002. Desde então, para atender as determinações da FIFA e abrigar jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo daquele ano, o estádio comporta até 36 mil espectadores.
Curioso que a torcida local já absorveu a cultura européia de assistir aos jogos sentados. Com exceção dos brasileiros e de uma pequena faixa nas gerais do Cerro, os torcedores acompanharam os jogos fazendo o uso dos assentos.
Prevenidos: a torcida foi preparada para a derrota (foto 1) e, claro, para a vitória (foto 2). Para a alegria, o cartaz exibido depois do jogo foi o segundo
Clima – O confronto era definido pelo próprio time do Cerro Porteño como o mais importante do ano até então. Era o tudo ou nada, visando ter chances de classificação para as oitavas de final da Taça Libertadores da América. Com a derrota, o sonho da equipe de se classificar ficou complicadíssimo.
O nome do estádio nacional Defensores Del Chaco, onde o Cerro Porteño manda os jogos, é em alusão a uma data histórica: a primeira vitória militar do país sobre um vizinho sul-americano. Coincidência ou não, os jogadores paraguaios prometeram antes do jogo uma partida pesada, como uma “guerra”. “Se for necessário e eu tiver que dar pontapés em Roberto Carlos, eu vou dar, porque são pontos importantes em disputa”, disse o volante Jorge Brítez à rádio 780 AM, uma das declarações polêmicas que antecedeu o duelo.
Em campo a violência se confirmou, mas o número de faltas não fugiu muito do que naturalmente se vê em jogos da Libertadores. O jogador Jorge Britez foi expulso por ofensa ao juiz.
O elenco do Corinthians – o técnico Mano Menezes teve quase o time completo para a partida. O lateral direito Alessandro não jogou, ainda com dores. Na posição, o treinador colocou Moacir. Marcelo Mattos também era opção, mas não foi aproveitado.
O esquema tático foi alterado, com o treinador optando por Danilo, para criar um passe de bola mais qualificado no meio. Para isso, surpreendeu ao deixar a vaga de companheiro do Ronaldo no ataque para Dentinho, e não Jorge Henrique costumeiro titular. Dentinho está em boa fase e foi responsável por um gol em cada um dos 5 últimos jogos do time anteriores ao confronto contra o Cerro.