Com lotação na platéia, Silvia mostrou ao público o resultado de uma descoberta de vida. O trabalho, reconhecido em outros festivais dentro e fora do país, mostra uma energia sanguínea que dá nome ao espetáculo. “Passei por experiências, ganhei presentes da vida, mas tive perdas e o que trago ao palco é esta experiência”. Para ela, a dança traz em si um poder de descoberta e troca. “O contato com isso pode trazer encantamento às pessoas, mas elas se encantam não com a dança, pois ela é o meio. As pessoas acabam entrando em ressonância com o espetáculo e se encantando com elas mesmas”.
Ao final do espetáculo Silvia, também conhecida como Wy’a Poty (nome guarani),trouxe um pouco de sua experiência numa conversa informal com o público. “A dança é a minha busca cheia de tropeços e conquistas. Passei pelos quatro elementos e experiências profundas, e isso tudo foi transformado em mim, até virar este espetáculo”.
Para Silvia a dança não é praticada e sim serve de meio para que se alcance um equilíbrio. “Esta é a grandeza da dança, quando ela acontece as pessoas que a observam podem ou não entrar em conexão”.
Com estudos sobre a cultura indígena, a bailarina, que também é psicóloga, não mostrou apenas um espetáculo, mas na opinião de muitos expectadores, trouxe uma lição de vida; “achei tocante e emocionante, me senti feliz depois do espetáculo pois ele passou muita energia”, disse a atriz Clarissa Maria da Cia Hecatombe. Para a bailarina, sua história trazida ao palco é fruto da busca do autêntico, “do mestre que existe dentro de cada um de nós”.
Humor no Festival – A noite foi aberta com o espetáculo irreverente e cheio de humor da Cia Amadeus de Teatro (Foz). Em “Romeu e Julieta Acústico”, a mais famosa história de amor de todos os tempos ganha toques inusitados de canções que estão ‘na boca do povo’. Ao misturar trechos de músicas de gosto duvidoso ao clássico o resultado não poderia outro, a não ser gargalhadas.