Quando eu penso que a mentalidade dos seres humanos está mudando, percebo que sou mais uma sonhadora, solitária neste planeta Terra!
Posso até estar melancólica e dramática, mas, é que tem coisas que me tiram do sério. Por exemplo, piadinhas do tipo que mulher só entende de tanque e fogão. Psiu, em que mundo você vive?
Hoje, existem meninas que gostam e entendem de futebol até mais do que muitos barbados por aí. Eu, por exemplo, digo por mim. Sou uma das poucas repórteres do sexo feminino que cobre esporte aqui em Foz do Iguaçu. Aqui, graças a Deus, os colegas homens, respeitam o meu trabalho. Não é fácil entrar em um ambiente tipicamente masculino, mas, com jeitinho e paciência a gente chega lá!
Mas, pena que algumas pessoas não pensem assim. Esta semana, todos nós que acompanhamos futebol, vimos o que aconteceu com a bandeirinha Fernanda Colombo. A moça, por azar, falta de atenção, de conhecimento, miopia, ou sei lá por que, acabou cometendo erros gravíssimos nas partidas entre São Paulo e CRB pela Copa do Brasil e Atlético Mineiro e Cruzeiro pelo Brasileirão. Como qualquer outro profissional da área, a bandeira irá passar por um período de reciclagem (procedimento padrão nestes casos).
O problema desta situação toda foi à declaração machista e absurda que o diretor do Cruzeiro, Alexandre Mattos, proferiu. “Se ela é bonitinha, que vá posar na Playboy “!
Poxa vida gentche! Quer dizer que se ela fosse feinha então, não teria jeito. Deveria abandonar a profissão e ser dona de casa! Me poupe, né?!
Seria maravilhoso se todas as pessoas que cometem erros, independente da classe social, religião, opção sexual, aparência física, profissão e sexo, tivessem a oportunidade de errar, aprender com o erro e melhorar, ao invés de ser criticada de uma forma tão grotesca.
Questionar a atuação da arbitragem é natural em qualquer situação (ainda mais em um país com tantos técnicos espalhados por aí). Agora, desqualificar uma profissional apenas por ser uma mulher atraente, é algo, que sinceramente, não tenho palavras para caracterizar. Senhor Alexandre, se eu o encontrasse na rua, deixaria um preservativo em seu carro, com os seguintes dizeres: “por favor, não se reproduza. O mundo agradece!”