Brasil perdeu para a Alemanha. Isso, você já sabe. O resultado foi vergonhoso. Ok, nada novo. E, em seguida, houve brigas, protestos e depredações. Infelizmente, isso também não é novidade.
Das constatações óbvias citadas, considero a terceira o verdadeiro ultraje. O vexame na forma crua e primária.
Perder não é um erro. Por isso sou da opinião de que não existe culpados ou vilões nessa história. Faz parte do esporte. Dói? Sim. E muito, ainda mais por 7×1. Mas errado mesmo é não ser bom perdedor.
Os jogadores souberam, o Brasil não. A seleção se desculpou várias e repetidas vezes. O torcedor estragou tudo – literalmente. Após a derrota, cenas de vandalismo começaram a pipocar pelo país. E isso, sim, me fez sentir vergonha…
Não entendo qual é a lógica em sair quebrando bens de utilidade pública. Mudou alguma coisa? Não. Brasil continua eliminado por 7×1.
Aliás, muda alguma coisa, sim: o ônibus queimado seria o que a dona Maria iria pegar para a consulta agendada há semanas. Graças aos maus perdedores, ela não conseguiu chegar a tempo.
Sacode a poeira, Brasil. A vida continua. E, por sinal, futebol não é a base dela.
Sejamos maiores e melhores do que apresentamos ontem, dentro e, principalmente, fora do gramado. Sejamos brasileiros de verdade. "Gigantes pela própria natureza" e que aprende com as perdas, ainda mais nas mais doloridas.
Letícia Lichacovski é repórter e fotógrafa do Clickfoz e
blogueira do Cereja no Ombro. Para interagir com a
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