O governador Beto Richa defendeu nesta quarta-feira (10/04) maior autonomia para estados e municípios para definição de seus planos de desenvolvimento econômico, social e ambiental. Richa apresentou soluções adotadas pelo Paraná no Painel Crescimento Econômico e Cidades, no Fórum de Líderes de Governo da América Latina e Caribe, realizado no Rio de Janeiro.
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“A concentração de poderes e de recursos no governo federal engessa a criatividade, burocratiza o exercício da gestão pública e conspira contra o desenvolvimento”, afirmou Richa em sua palestra. Segundo ele, o Brasil precisa rediscutir e redefinir o pacto federativo, uma vez que estados e municípios tem assumido cada vez mais atribuições, sem a devida contrapartida em recursos financeiros.
O governador afirmou que é possível estimular o desenvolvimento econômico local com iniciativas que atendam aos interesses do setor público, da sociedade e dos investidores. Ele exemplificou o caso do Paraná que, até 2010, amargou vários anos de isolamento econômico, e nos últimos dois anos atraiu R$ 20 bilhões em empreendimentos industriais, que atendem todas as regiões do Estado com a geração de 120 mil empregos.
“Era essencial atrair empreendimentos que gerassem empregos e multiplicassem as plantas industriais por todo o Estado, de tal forma que a indústria, em sinergia com o agronegócio, trouxesse maior solidez à nossa economia”, disse Richa, explicando que o programa Paraná Competitivo, responsável pela atração dos novos investimentos, é um conjunto de medidas que leva em conta questões fiscais, sociais e ambientais antes da concessão de benefícios.
“Foi necessário interiorizar o crescimento econômico levando empresas e empregos a cidades e a regiões que sofriam com a estagnação. Reabrimos o diálogo com o capital e mostramos ao investidor que temos no Paraná, agora, um ambiente favorável a novos empreendimentos”, destacou Richa.
Entre as novas indústrias atraídas pelo Estado estão unidades dos setores de veículos, autopeças, plataformas petrolíferas, biodiesel, alimentos, máquinas pesadas, pneus, embalagens descartáveis, papel e celulose, reflorestamento e medicina.
TRABALHO – Na exposição, Richa destacou que investimentos realizados pelo governo estadual em educação, inovação tecnológica e o apoio ao empreendedorismo caminham ao lado do desenvolvimento das regiões e à geração de empregos.
De acordo com o Ministério do Trabalho, desde 2011, o Paraná gerou 213 mil empregos com carteira assinada e a renda média do trabalhador cresceu 9,5%, mais que o dobro dos 4,3% da renda salarial nacional.
Richa afirmou ainda que a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) paranaense reflete fielmente as transformações alcançadas com o programa Paraná Competitivo e com as novas diretrizes de governo. Entre 2003 e 2010, o PIB do Paraná cresceu à média de 3,6% ao ano – abaixo do PIB brasileiro, que ficou em 4%. “Mesmo com os efeitos nefastos da crise internacional, nos últimos dois anos invertemos essa tendência e o PIB do Paraná cresceu na média de 2,4% ao ano, acima do 1,8% do PIB brasileiro”, disse.
INOVAÇÃO – O governador apontou também a inovação tecnológica, a ciência e a pesquisa como agentes de desenvolvimento econômico do Estado. Segundo ele, a recente regulamentação da Lei Estadual da Inovação flexibiliza o trabalho do pesquisador acadêmico, abre perspectivas consistentes de parcerias entre as universidades públicas e as empresas, promovendo benefícios diretos para os municípios que as abrigam.
“A Lei da Inovação está em sintonia com o processo de industrialização pelo qual passa o Estado”, disse o governador, que destacou a iniciativa da Microsoft, promotora do evento, em incentivar junto aos governos o desenvolvimento intelectual de cidadãos.
Richa e o presidente da empresa, Michel Levy, assinaram protocolo de intenções para a utilização gratuita pelo Estado de soluções tecnológicas para capacitação de pessoas em tecnologia da informação (TI) e uso de plataformas de aprendizagem virtual. O acordo vai promover a qualificação em tecnologia da informação dos paranaenses e melhor comunicação entre alunos e professores na rede estadual de ensino.
Também participaram do painel, o presidente Fundação Metrópoli, Alfonso Vegara; o congressista peruano, Fernando Andrade; o presidente da Findeter S.A. Colômbia, Luis Fernando Arboleda; o subsecretario para o Ministério de Economia do Chile, Tomás Flores; o prefeito da cidade de Goiânia, Paulo de Siqueira Garcia; a vice-presidente corporativa global de setor público da Microsoft, Laura Ipsen.