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Revitalização da Estrada Boiadeira abre novo ciclo de desenvolvimento para o Noroeste do Paraná

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Reduzir o tempo de viagem, baratear o frete e facilitar o acesso dos produtos do Noroeste paranaense ao Mato Grosso do Sul são alguns dos benefícios esperados pelos produtores com a revitalização da rodovia BR-487, também conhecida como Estrada Boiadeira. “Fico entusiasmado com a obra. Vai trazer progresso à região”, declarou Devanir Alves de Oliveira, que tem propriedade rural próxima da rodovia.

O convênio para a execução das obras foi assinado nesta sexta-feira (5), no distrito de Santa Elisa, em Umuarama, pelo governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, e pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna. Também foi lançada a pedra fundamental da obra. A cerimônia reuniu prefeitos da região, vereadores, secretários estaduais e municipais, diretores de Itaipu, entre outras autoridades. A previsão é que as obras sejam concluídas entre março e abril de 2022.

De acordo com o governador, a Estrada Boiadeira “é emblemática para a história do Paraná, para o desenvolvimento do nosso Estado, em especial, da região Noroeste”. “Estamos pensando o Paraná pelos próximos 20 anos. Quando a gente faz uma estrada dessas, é porque as próximas gerações, todas as propriedades da região, o fortalecimento do comércio local, tudo isso vai se desenvolver cada vez mais”, disse.

Ratinho destacou que o Paraná é hoje o maior produtor de alimento por metro quadrado do mundo, mas o custo logístico, especialmente a falta de boas estradas, prejudica as exportações. “O mundo cada vez mais vai precisar de alimento”, disse, citando grandes mercados como a China e a Índia. “Nós temos que entregar esses alimentos na Ásia, temos que chegar a Hong Kong. Por isso, temos que fazer as grandes obras de transformação.”

O general Joaquim Silva e Luna enfatizou as parcerias com os governos estadual e federal, o apoio do presidente Jair Bolsonaro, e pontuou que a revitalização da Estrada Boiadeira trará benefícios em três dimensões: o local, melhorando a infraestrutura para os produtores do Noroeste; o estadual, ampliando as condições de acesso de cargas ao Porto de Paranaguá; e internacional, viabilizando a futura Rota Bioceânica, que vai conectar por rodovias os portos brasileiros (no Oceano Atlântico) à cidade portuária de Antofagasta, no Chile (Oceano Pacífico). A nova rota poderá reduzir em até duas semanas o tempo de viagem das exportações brasileiras para os países do Oriente, como China, Japão e Coreia do Sul.

“Um trecho de 50 quilômetros até parece pequeno para uma estrada de mais de 3 mil quilômetros, mas é um grande passo para a Bioceânica. Nós estamos investindo com visão estratégica; enxergando muito mais do que está sendo colocado nesse momento. Estamos visualizando um sonho bem maior”, afirmou Silva e Luna. “Passei 30 anos construindo estradas e posso ver que esse é um projeto de altíssimo nível, para durar muitos anos.”

O prefeito de Umuarama, Celso Pozzobom, agradeceu o investimento na região, destacando que Itaipu e o governo do Estado “voltaram os olhos para o noroeste do Paraná, para toda a infraestrutura que essa região precisa pra se desenvolver e continuar com essa gente que tem esperança de que teremos dias melhores”.

Investimento

O custo da restauração será de aproximadamente R$ 260 milhões, sendo R$ 223,8 milhões financiados pela margem brasileira de Itaipu. Estão previstas melhorias entre o distrito de Porto Camargo e Icaraíma; a construção de um contorno em Icaraíma; a pavimentação do traçado original da Boiadeira, de Icaraíma ao distrito Serra dos Dourados, em Umuarama; e a construção de outro contorno, de 4,5 quilômetros, em Santa Elisa – entre outras obras. No total, o investimento contempla 46 quilômetros de rodovias.

Os recursos serão repassados pela binacional para o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado (DER-PR), que recebeu a gestão da obra do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A expectativa é que seja necessária a contratação de até 250 trabalhadores.

A obra é uma antiga reivindicação da região Noroeste do Estado e amplia as condições de acesso ao município de Porto Murtinho (MS), onde será construída uma nova ponte internacional entre Brasil e Paraguai, com recursos da margem paraguaia de Itaipu. No sentido oposto, a pavimentação asfáltica poderá evitar desvios de até cem quilômetros que motoristas de caminhão que vêm do Mato Grosso do Sul são obrigados a fazer para evitar a estrada de terra, especialmente em dias de chuva.

Obras estruturantes

A revitalização da Estrada Boiadeira faz parte de um conjunto de obras financiadas pela margem brasileira de Itaipu que, juntas, já somam mais de R$ 2,4 bilhões em investimentos. Entre essas obras estão a Ponte da Integração Brasil-Paraguai (entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco), a ampliação do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), a duplicação da BR-469 (a Rodovia das Cataratas), a ampliação da pista do Aeroporto Internacional do Iguaçu e novos contratos para a modernização do setor elétrico brasileiro.

Outras obras importantes patrocinadas pela Itaipu na região, em parceria com o governo do Estado, são os contornos de Guaíra e Cascavel e a revitalização da Ponte Ayrton Senna, em Guaíra, principal ligação do Estado com o Mato Grosso do Sul. “São investimentos que abrem novas frentes de emprego, essenciais nesta fase da economia, e melhoram o perfil da região”, declarou Silva e Luna.

O diretor-geral de Itaipu destacou que os investimentos atendem às diretrizes do governo federal e foram viabilizados a partir de uma mudança no perfil de gestão da empresa, implantada pela atual direção, com foco na austeridade e transparências dos gastos. “Fica o nosso comprometimento de continuar investindo na região, entregar essa obra e tantas outras: a ponte, o aeroporto, a via de acesso, a perimetral e tantas outras que estamos investindo. São mais de 300 convênios em curso.”

Em cerimônia em Cascavel, nesta quinta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro elogiou a gestão brasileira de Itaipu e citou os investimentos da empresa na região. “São duas novas pontes com o Paraguai, ampliação da pista do aeroporto de Foz e outras obras que significam mais empregos e mais recursos para o Paraná e o Brasil. E isso porque mudamos a forma de governar o Brasil”, afirmou o presidente.

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