Aulas de Química, Física e Biologia são, muitas vezes, vistas pelos estudantes de ensino médio como de difícil compreensão e de difícil contextualização no cotidiano. Uma estratégia para tornar as aulas mais interessantes e auxiliar na construção do conhecimento é o uso de experimentos práticos em sala de aula. Foi pensando nisso que servidores e estudantes da Unila passaram a oferecer um curso de extensão que incentiva os professores dos ensinos fundamental e médio a utilizarem atividades experimentais em suas disciplinas. A capacitação aborda a construção de experimentos que podem ser replicados nas escolas públicas da região.
As aulas começaram no mês de agosto e reúnem 25 professores de Ciências, Química, Física e Biologia, divididos em duas turmas, de 15 escolas da rede pública de Foz do Iguaçu. O objetivo é disseminar a cultura da experimentação de forma lúdica, prática e interdisciplinar. “O curso dialoga com os professores, que desempenham papel fundamental na construção do conhecimento, pois a eles é atribuído propor a quebra de paradigmas e a desconstrução do senso comum na ciência. Considerando essas prerrogativas, o professor deve estar preparado e se renovar constantemente para viabilizar essas tarefas”, explica a coordenadora do projeto, professora Márcia Regina Becker.
O foco do curso de extensão é mostrar aos professores as possibilidades de experimentação, levando em conta a realidade escolar da região. A prioridade é propor experimentos que utilizem materiais baratos, de fácil acesso e que não ofereçam riscos para o meio ambiente. Conforme a coordenadora do projeto, a implantação de atividades práticas em sala de aula pode auxiliar na busca por soluções para problemas teóricos, estimular o senso crítico a partir de observações, estimular o caráter científico, além de tornar as aulas mais lúdicas e dinâmicas.
Por outro lado, o projeto também pretende auxiliar na implantação de melhorias na estrutura física das escolas públicas. Durante o curso, os professores deverão fazer um estudo sobre os espaços e materiais disponíveis na escola e apresentar propostas de alterações que possam otimizar a articulação entre teoria e prática em suas aulas. “Algumas escolas já dispõem de espaços físicos apropriados a essas atividades, faltando apenas alguns materiais; outras estão bastante equipadas; e algumas dispõem de espaços físicos, mas que precisam ser organizados. Em todos os casos, é necessário um esforço extra dos professores para se apropriar desses espaços e implementar essas políticas de ensino”, salienta Márcia.
Além da docente, a técnica do Laboratório de Química Paula Regina dos Santos e a estudante de Biotecnologia Camila Eduarda Alves Martins atuam no curso. Também fazem parte do projeto as professoras Daniela da Costa, Francielle Nunes e Silvana André, do Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu.