Em apenas um ano, o projeto Qualificação Multiprofissional em Assistência Hospitalar, idealizado pela Itaipu Binacional em parceria com o Hospital Municipal Padre Germano Lauck (HMPGL), de Foz do Iguaçu (PR), e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), impactou diretamente mais de 75 mil pessoas.
A iniciativa capacitou 122 profissionais recém-formados e 20 alunos de graduação nas áreas de enfermagem, farmácia, psicologia, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia e assistência social. O objetivo central do projeto é aprimorar a qualidade do atendimento público por meio da qualificação técnica e humana dos profissionais da saúde.
Atendimento mais humanizado e inserção no mercado
Segundo Waldemar Pilger, gestor do convênio por Itaipu, o impacto do projeto vai além dos números. “Essa parceria promove o desenvolvimento científico e acadêmico, mas, acima de tudo, prioriza o atendimento humanizado em diversas especialidades da saúde. O maior beneficiado é a população que depende do SUS”, afirmou.
Para Sérgio Moacir Fabriz, diretor-geral da Unioeste, trata-se do maior convênio de extensão já realizado pela universidade. “Queremos preparar o jovem recém-formado para o mercado. O projeto oferece experiência prática, melhora a assistência e contribui para a inclusão social”, destacou.
Residência de Enfermagem fortalece UTIs
Entre os destaques do projeto está a criação da primeira Residência de Enfermagem de Foz do Iguaçu, iniciada em outubro de 2024. Com foco na Assistência ao Paciente Crítico, o programa conta com 24 enfermeiros residentes atuando em UTIs, Pronto-Socorro e Centro Cirúrgico.
A coordenadora da residência, Lilian Lessa Cardoso, explica que o programa surgiu para suprir uma carência urgente do município. “Estamos qualificando enfermeiros para lidar com pacientes em estado crítico, o que tem transformado o cenário local da saúde pública”, afirmou.
Nas UTIs, a assistência agora é prestada exclusivamente por profissionais com nível superior. Esse modelo, inspirado em padrões europeus, já apresenta melhoria nos indicadores assistenciais, como a redução de infecções hospitalares e do tempo de espera dos pacientes.
Esse avanço rendeu ao hospital, em março de 2025, o Selo de UTI Eficiente, colocando suas unidades entre as oito melhores do Paraná e as 43 mais bem avaliadas do Brasil no atendimento pelo SUS.
Formação que gera resultados concretos
A coordenadora geral do projeto, Ana Paula Contiero, destaca a transformação na vida dos bolsistas. “Já temos cerca de 50% dos participantes empregados, seja em concursos públicos ou processos seletivos de outras instituições”, revelou.
Mercedes Kalil Ohana, bolsista há um ano e três meses, veio do Rio de Janeiro para estudar enfermagem na Unioeste e ingressou no projeto após uma divulgação no Instagram da universidade. Ela define a experiência como “maravilhosa”. “Aprendo algo novo todos os dias, seja um procedimento, uma medicação ou um curativo especial. Sem contar que a bolsa é essencial para pagar minhas contas”, compartilhou.
Bruna Fontane Batista começou como bolsista e hoje atua como residente. Para ela, o projeto foi o primeiro passo para entender a assistência na prática. “Agora, como residente, consigo liderar equipes com mais segurança”, contou. Já Maria Carolina Fernandes Nodari, residente há seis meses, ressaltou a importância do aprendizado na UTI: “A prática com pacientes críticos é muito diferente da teoria da graduação”.
Inscrições abertas para novos bolsistas
Atualmente, estão abertas as inscrições para profissionais recém-formados em Assistência Social, com até três anos de graduação. A bolsa é de R$ 3.169,00 para uma carga horária de 36 horas semanais. O prazo vai até 10 de abril de 2025, por meio do link:
👉 https://forms.gle/gwHKJ5prG64tBgWV9
Mais informações estão disponíveis em:
👉 https://www.unioeste.br/portal/campus-foz-do-iguacu/laboratorios-foz-do-iguacu/labenf/editais
Inteligência artificial reduz custos com medicamentos
Na área farmacêutica, o projeto também se destaca pela implantação da Plataforma de Inteligência Artificial Noharm, em julho de 2024. Segundo Adriana Zilis, coordenadora pedagógica da área multiprofissional, a tecnologia ampliou o alcance da farmácia clínica em todos os setores do hospital.
Em menos de um ano, a Noharm impactou mais de mil pacientes e gerou uma economia superior a R$ 1 milhão em medicamentos. Gratuita para o SUS, a ferramenta torna as prescrições mais seguras e eficientes.
Integração de gerações eleva a qualidade do atendimento
A diretora-geral do hospital, Iélita Santos, elogiou a união entre instituições. “Quando a Itaipu se envolve, o sucesso é garantido. A convivência entre profissionais experientes e jovens gera inovação e melhora o atendimento”, declarou.
Já Carline Slovinski Acordi Garcia, diretora assistencial do hospital, enfatizou o valor dessa integração. “Profissionais recém-formados trazem um olhar renovado, o que desafia equipes antigas a repensarem processos. Essa fusão é essencial para evoluirmos”, analisou.
Modelo que pode ser replicado no Brasil
O projeto se consolida como uma iniciativa de referência em saúde pública. Até março de 2025, mais de 30 mil atendimentos foram realizados apenas entre outubro do ano passado e o início deste ano.
Segundo Sérgio Moacir Fabriz, da Unioeste, o projeto deve servir como modelo para outras instituições. Ele também agradeceu à Itaipu por sua visão estratégica. Com vigência de 34 meses, o valor total repassado pela Itaipu é de R$ 13.042.138,84. A iniciativa está alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 da ONU, que busca garantir vida saudável e bem-estar para todos, em todas as idades.
Fotos: Sara Cheida/Divulgação Itaipu Binacional
