Propiciar o envelhecimento com saúde, bem estar e mantendo a qualidade de vida são desafios dos profissionais especialistas em gerontologia que cuidam da parcela da população a partir dos 60 anos, preocupados com os aspectos fisiológicos, psicológicos, sociais e culturais. Com o envelhecimento da população é crescente o número de profissionais de diversas áreas – como nutrição, psicologia, fisioterapia dentre outras – que se capacitam para atender as demandas específicas dos idosos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2050 a população de idosos deve chegar a 63 milhões de pessoas. Enquanto em 1980 eram 10 idosos para cada 100 jovens, a previsão é que em 2050 sejam 172 idosos para cada 100 jovens. Essa mudança se deve porque a esperança de vida saiu de 43,3 anos, na década de 1950, para 72,5 anos em 2007.
Contudo, a fisioterapeuta Cristina Ribeiro, especializada em gerontologia, alerta que “envelhecimento” não deve ser visto como um problema. Com cuidados simples e orientação especializada é possível ter qualidade de vida em todas as faixas etárias. “Idoso não é criança. É um erro tratá-lo assim. E velhice não é sinônimo de doença. É preciso considerar o contexto no qual o paciente vive e pensar as melhores práticas como um todo. Respeitar a individualidade e as necessidades de cada pessoa e pensar de modo integrado, são fundamentais para o sucesso no tratamento”, defende Cristina.
Resultados – O resultado dessa especialização no tratamento de idosos é a melhora na qualidade de vida. A gerontologia – estudo do envelhecimento como um todo – é recente, mas já traz seus bons resultados. Vale lembrar que geriatria – ramo da medicina que cuida de doenças na idade avançada, sendo mais conhecida pela população, é uma das áreas da gerontologia. “Eu atendi uma senhora de 80 anos. Além do tratamento de fisioterapia, ela precisava de cuidados nutricionais e de fonoaudióloga. A soma dos esforços profissionais garantiu bem estar à paciente que, hoje, após dois anos de tratamento tem uma vida feliz e saudável”, comemora Cristina.
A fisioterapeuta Cristina ressalta ainda que tratar o idoso como sujeito, o abordando como um todo, sabendo sobre sua história de vida e não apenas como ‘objeto’, portador de doenças, faz toda a diferença no sucesso do tratamento. “Procuro conhecer a casa aonde meu paciente reside, saber do seu dia a dia, as limitações físicas, estar atenta as questões alimentares (dificuldade de se alimentar, por exemplo), nutricionais, psicológicas e, muitas vezes, oriento e encaminho o paciente para o atendimento de outros profissionais de saúde e também procuro manter um diálogo sincero com os familiares/cuidadores, pois com a ajuda deles os resultados no tratamento são melhores”, finaliza a fisioterapeuta.