A Prefeitura de Foz do Iguaçu, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), intensificou as ações de combate à esporotricose, uma doença fúngica que afeta humanos e animais, especialmente gatos. Desde 2020, a cidade registrou um aumento significativo de casos, com 448 diagnósticos em felinos e 85 em humanos apenas em 2024, até novembro.
Transmissão e fatores de risco
A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis e pode ser transmitida entre gatos por arranhaduras, mordidas e contato com secreções. Em humanos, o contágio ocorre pelo contato direto com animais infectados ou superfícies contaminadas, como potes de comida e tecidos usados por gatos doentes.
Carlos Santi, médico veterinário do CCZ, explica que o aumento dos casos está ligado ao abandono de animais e à falta de manejo adequado. “Os gatos são os principais transmissores da doença devido aos seus hábitos naturais. É fundamental mantê-los em casa e sob supervisão, evitando o contato com outros animais”, ressalta Santi.
Crescimento alarmante
Os números demonstram a gravidade da situação. Em 2019, Foz do Iguaçu registrou apenas 11 casos em gatos e 4 em humanos. Em 2023, os casos saltaram para 351 em felinos e 177 em humanos, colocando o município em alerta e evidenciando a necessidade de ações preventivas.
Diante desse cenário, a Prefeitura adotou o conceito de “Saúde Única”, que integra saúde humana, animal e ambiental. “O combate à esporotricose exige um esforço coletivo entre poder público e comunidade para reduzir os impactos dessa zoonose”, reforça Santi.
Sintomas e diagnóstico
Em humanos, os sintomas incluem úlceras na pele, nódulos que podem se espalhar pelo corpo e conjuntivite, caso o fungo entre em contato com os olhos. Nos gatos, as manifestações são mais graves, com lesões ulceradas, comprometimento nasal e secreções em estágios avançados.
O diagnóstico em humanos é realizado nas unidades básicas de saúde (UBS), especialmente quando há vínculo com gatos infectados. Em animais, a análise laboratorial de material coletado das lesões confirma a doença. Mesmo com resultados negativos, gatos em áreas endêmicas podem ser tratados conforme avaliação veterinária.
Tratamento e prevenção
O tratamento, tanto para humanos quanto para gatos, envolve o uso de antifúngicos por um período prolongado, geralmente de meses. Quando seguido corretamente, o tratamento reduz a carga fúngica e aumenta as chances de cura total.
Para facilitar o acesso ao tratamento, a Prefeitura oferece suporte veterinário e orientações sobre os cuidados necessários. Entre as principais medidas preventivas estão:
- Manejo responsável dos gatos: Mantê-los dentro de casa, evitar o acesso às ruas e impedir contato com outros animais.
- Castração: Contribui para o controle populacional e reduz os casos de abandono, um dos principais fatores de disseminação da doença.
“O manejo responsável protege não apenas os animais, mas também toda a família, já que a esporotricose é uma zoonose. A Prefeitura está à disposição para orientar os tutores e fornecer serviços que auxiliem no controle da doença”, enfatiza Santi.
Contato e conscientização
O município promove campanhas de conscientização e disponibiliza os telefones (45) 2105-8730 e (45) 99962-9013 (WhatsApp) para informações, denúncias e solicitações de serviços relacionados à esporotricose.
Com o esforço conjunto entre o poder público e a população, Foz do Iguaçu busca conter o avanço da doença, protegendo a saúde de humanos e animais.
Foto: Divulgação AMN