A Prefeitura de Ciudad del Este apresentou esta semana um ambicioso projeto de revitalização urbana dos quarteirões ao redor da Ponte Internacional da Amizade.
O objetivo principal é transformar a zona turística em um espaço mais acolhedor e atraente para visitantes, tanto nacionais quanto estrangeiros.
Diante da iminência do surgimento de novos grandes centros comerciais, dentro do perímetro do microcentro de Ciudad Del Este, como o já conhecido novo prédio do Shopping China, que deve ser inaugurado até fevereiro do próximo ano, e a recém anunciada megaloja da Cellshop, a prefeitura desenvolveu um plano que inclui uma série de intervenções estratégicas para melhorar a circulação de pedestres, otimizar o tráfego de veículos e criar ou revitalizar espaços públicos, como praças e rotatórias.
A iniciativa visa fortalecer o turismo de compras na cidade. Entre as ações mais destacadas está a ampliação e reforma do Paseo San Blas. O calçadão será expandido para proporcionar maior conforto aos pedestres. Além disso, o mobiliário urbano será renovado e serão instaladas áreas verdes para criar um ambiente mais agradável e acolhedor.
Outra medida importante é a transformação da Rua Leonardo Ramírez Rolón (primeira via à direita, após passar pela Aduana da Ponte da Amizade) em um espaço exclusivamente para pedestres. Esta rua será convertida em uma área com zonas verdes, espaços de descanso e lojas comerciais, promovendo a interação social e dinamizando a atividade comercial na região.

O projeto também prevê a construção de novas praças e rotatórias que servirão como pontos de encontro e lazer para os cidadãos. Esses espaços públicos serão equipados com mobiliário urbano e áreas verdes, garantindo um ambiente confortável e seguro.
Para a realização deste grande projeto, a prefeitura buscará a colaboração do Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC), responsável pela administração da faixa de domínio da Rota PY02 (via de entrada que liga Ciudad Del Este a Foz do Iguaçu, no Brasil). Espera-se que a sinergia entre as duas entidades otimize a execução dos trabalhos e garanta o sucesso da iniciativa.
Em Foz do Iguaçu, turista paga alto preço pela falta de sinergia…
Enquanto Ciudad Del Este se preocupa com o futuro da mobilidade em seu microcentro, e busca colaboração para solucionar esse “gargalo”, em Foz do Iguaçu, ano após ano, turistas vem pagando o preço da aparente falta de sinergia entre a prefeitura de Foz e os órgãos federais que decidem o funcionamento da zona primária (aduana da Ponte Internacional da Amizade) pelo lado brasileiro.
A cada novo feriado, uma fila de pelo menos 1,5 km é registrada na BR-277, no sentido à Ponte da Amizade. Na manhã desta sexta-feira, um dia após o feriado de Corpus Christi, quem se arriscou a seguir em direção ao Paraguai, saindo de Foz do Iguaçu, enfrentou pelo menos duas horas de trânsito apenas para chegar até o lado brasileiro da ponte. Pela BR-277 a fila de carros, ônibus e caminhões chegou a ultrapassar o viaduto sobre a Avenida Paraná, enquanto pela Avenida JK, o trânsito chegou a travar duas das pistas de rolagem entre a loja Instelpa e a alça de acesso a BR-277.

Conforme explicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em feriados nacionais, a movimentação na região é mais intensa, especialmente porque no Paraguai não é feriado e o comércio funciona normalmente, levando muitos visitantes da fronteira ao turismo de compras no país vizinho.
Já quem atravessa a Ponte da Amizade diariamente, tem uma visão diferente da coisa. Motoristas, mototaxistas e taxistas afirmam que o maior problema é causado pela falta de adoção de mecanismos que agilizem a travessia entre as duas cidades, como a eliminação das filas de caminhões na região primária da fronteira fora dos horários estabelecidos para a passagem de veículos de carga.
É preciso que as lideranças iguaçuenses, assim como a prefeitura de Ciudad Del Este, busquem um acordo com os órgãos federais brasileiros, para que a cidade e principalmente, os turistas, responsáveis pela arrecadação do setor que mais gera emprego no município, não paguem o preço pela total falta de sinergia entre município e governo federal.