Dentro de aproximadamente 20 dias deve começar a movimentação do transporte pesado de equipamentos para a construção da cabeceira no lado paraguaio da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, financiada pela margem brasileira da Itaipu Binacional.
O maquinário será transportado em grande parte por balsas, de Foz do Iguaçu a Presidente Franco (Alto Paraná – Paraguai). Só uma pequena parte do material seguirá pela Ponte Internacional da Amizade, entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, para interferir o menos possível no fluxo de cargas e no movimento de pedestres e carros.
Na manhã desta sexta-feira, 16, representantes da Itaipu, lado brasileiro, da aduana paraguaia e da Receita Federal do Brasil se reuniram para definir a logística do transporte desses equipamentos. A Itaipu, em conjunto com os órgãos e parceiros envolvidos, dará todo o suporte para que os trabalhos sejam feitos na maior normalidade possível.
O trâmite atende uma instrução normativa do governo brasileiro e um acordo com autoridades paraguaias, para garantir uma maior mobilidade alfandegária.
Obras começaram no Brasil
Na região do Porto Meira, onde a Ponte da Integração será erguida no lado brasileiro, o canteiro de obras começou a ser montado no último dia 7 de agosto, ou seja, há nove dias. A intenção é seguir o cronograma à risca, para entregar a obra no prazo previsto em contrato, que é de 36 meses.
Para o dique que será montado no lado paraguaio serão utilizados um trator de esteira, uma motoniveladora, uma escavadeira hidráulica, seis caminhões basculantes, um caminhão-pipa, um rolo compactador e dois compactadores tipo placa vibratória.
Também serão utilizados módulos StrataSlope 40, num total de 1,6 mil peças, e 650 metros cúbicos de brita, entre outros materiais.
Uma nova fronteira
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, afirmou que a movimentação nos dois lados da fronteira é o primeiro sinal de novos tempos para toda a região. Ele lembrou que, enquanto a ponte já está em obras, a construtora responsável pela construção da Perimetral Leste começou a desenvolver os projetos executivos, para depois efetuar as desapropriações necessárias e começar os trabalhos em campo.
“A Ponte da Integração e a Perimetral Leste estarão concluídas ao mesmo tempo, iniciando uma nova era para o Paraguai e o Brasil, que poderão ampliar seu comércio e, mais do que isso, abrir os mercados de importação e exportação para os demais países da região”, afirmou Silva e Luna. “Sem contar a possibilidade de ligação entre os portos do Atlântico e do Pacífico, uma possibilidade que se abre a partir dessa nova ponte entre o Brasil e o Paraguai”, completou.
O custo
A Ponte da Integração Brasil-Paraguai, entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco, a segunda sobre o Rio Paraná, tem investimento previsto de R$ 463 milhões, custeado totalmente pela margem brasileira da Itaipu. Deste valor, R$ 323 milhões serão usados na construção da ponte e R$ 140 milhões nas obras da Perimetral Leste, que ligará a ponte e a BR-277, permitindo que os caminhões procedentes da Argentina e do Paraguai acessem diretamente a rodovia federal brasileira, sem passar pela área urbana de Foz do Iguaçu, o que vale também para o sentido inverso.
A previsão é que, no pico das obras da ponte, sejam contratados cerca de 500 trabalhadores – cem a mais do que o previsto inicialmente. Aproximadamente 12 empresas atuarão de forma indireta na construção.
A Ponte da Integração Brasil- Paraguai começa a ser erguida nas imediações do Marco das Três Fronteiras, um dos atrativos turísticos de Foz. A obra levará riqueza e dará um novo status para a região do bairro Porto Meira, na margem brasileira.
Passo a passo
Depois da ordem de serviço assinada pelo governo do Estado, que vai gerenciar a obra, a construção da segunda ponte sobre o Rio Paraná começou para valer. Na primeira etapa, em execução, está sendo feita a terraplanagem, a construção de cercas e a abertura dos acessos para as estruturas principais.
Uma equipe técnica da Itaipu já está acompanhando o desenvolvimento da obra, o que acontecerá em todas etapas até a conclusão, para que possam ser autorizados os pagamentos ao consórcio responsável.
Com 760 metros de comprimento e vão livre de 470 metros, o maior de uma ponte estaiada no Brasil, a obra terá duas torres de 120m de altura. A pista será simples, com 3,7m de largura, acostamento de 3m e calçada de 1,70m.
Já a Perimetral Leste terá cerca de 15 km de extensão e exigirá a construção de trevos e rotatórias, além de novas aduanas (Brasil-Paraguai e Brasil-Argentina) e prédios para a Receita Federal e Polícia Federal. O custo previsto em contrato inclui as desapropriações.
A construção está a cargo da Construtora JL, de Cascavel, que venceu a licitação aberta pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), que posteriormente passou a responsabilidade de gestão da obra ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR).