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Pesquisas investigam questões ambientais em Foz do Iguaçu e na Argentina

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O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 05 de junho, é um chamado para reflexão, sensibilização e ações em escala mundial, em prol do meio ambiente. Na Unila, diversos estudos tratam a temática sob diferentes aspectos e contribuem para o movimento de refletir sobre a questão ambiental de forma interdisciplinar, com embasamento científico e enfoque regional. Entre essas pesquisas, estão “Análise e percepção dos serviços ecossistêmicos em áreas urbanas: aplicações para o planejamento e gestão ambiental”; e “Las formas de gobernanza ambiental en Argentina: una mirada desde los actores”.

A bióloga e docente do curso de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar da Unila, Ana Alice Eleutério, coordena a pesquisa sobre serviços ecossistêmicos, os quais ela define, em linhas gerais, como “serviços que o meio ambiente fornece para a população”. A pesquisa aborda o município de Foz do Iguaçu – e suas áreas verdes – com enfoque nos chamados serviços ecossistêmicos culturais. “Eles têm relação com lugares que oferecem espaços de lazer, prática de esportes, atividades espirituais, ócio, descanso ou socialização. São locais que a gente associa muito a áreas verdes e abertas”, contextualiza.

A pesquisa visa mapear a situação da distribuição de áreas verdes de uso público no ambiente urbano, da infraestrutura desses locais, do uso pela população e da percepção da comunidade sobre essas áreas. Com olhar fotográfico sobre esses espaços, o estudo traz um viés socioambiental, a partir de dados do censo populacional. Embora ainda em andamento, a pesquisa já aponta para uma problemática na distribuição de áreas verdes em Foz do Iguaçu, com concentração em poucos bairros, o que dificulta o acesso a esses locais.

O estudo também busca identificar os pontos que levam a conflitos nas áreas verdes, associados às demandas da população e a oferta dessas áreas. São pontos articulados a questões como falta de recursos e de manutenção de serviços, que podem influenciar diretamente na forma como a população enxerga a natureza nas áreas urbanas. “A partir de variáveis socioeconômicas, por exemplo, verificamos se existe uma iniquidade ambiental, que vai influenciar no acesso e no contato a uma área verde na cidade. O estudo vai identificar pontos positivos e negativos para se ter um instrumento que possa servir nas reivindicações junto ao poder público”, explica Eleutério.

Governança ambiental

Outra linha de pesquisa da docente Ana Eleutério enfoca na governança ambiental. Ela atualmente participa como colaboradora de um estudo que irá avaliar a percepção de diversos atores sociais – gestores, pesquisadores, pessoas da sociedade civil – sobre a governança ambiental na Argentina. O coordenador do estudo é Jonathan von Below, da Faculdade de Ciências Florestais da Universidad Nacional de Misiones (UNaM).

A governança ambiental, em termos gerais, segundo Ana Eleutério, “é a forma como a sociedade lida com o problema ambiental, por meio de decisões, critérios, leis e acordos”. Essa pesquisa, no contexto argentino, busca “avaliar o perfil de pessoas envolvidas em projetos de conservação ambiental e planejamento, em relação ao que consideram ideal em termos de adequação de normas internacionais, participação pública, suporte em pesquisa e estrutura para a tomada de decisões”, esclarece a pesquisadora.

Nesse sentido, a governança ambiental trata também de avaliar a distribuição de poder em relação às tomadas de decisão sobre problemas ambientais. “Dentro das decisões, é óbvio, quem tem o poder de grupos hegemônicos que direciona as decisões. Existe uma lógica dominante no poder e ela é empurrada porque tem mais força de decisão. A gente sofre as consequências, mas muitas vezes esquecemos que se nós nos organizarmos, podemos ter também o poder sobre essas decisões”, avalia Eleutério. Ela ressalta, ainda, que a problemática ambiental traz consequências que são compartilhadas por toda a sociedade e, portanto, não deve ser vista de forma individual.

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