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Paraná registra fevereiro mais quente da história em 23 cidades, incluindo Foz do Iguaçu

Médias de temperatura superaram registros anteriores, com aumento de até 2,6°C em algumas regiões. Volume de chuvas foi irregular.
Fevereiro quente no Paraná Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN

O mês de fevereiro de 2025 foi o mais quente já registrado em Foz do Iguaçu e em outras 22 cidades do Paraná, segundo dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). As temperaturas médias superaram a média histórica em todo o Estado, com destaque para Cândido de Abreu, onde o aumento foi de 2,6°C.

Temperaturas acima da média

Em todo o Paraná, as mínimas registradas durante a madrugada ficaram até 2°C acima da média, especialmente nas regiões de Ponta Grossa e Cândido de Abreu. As máximas da tarde também foram elevadas, chegando a estar entre 2°C e 3°C acima da média em algumas cidades do extremo Oeste do Estado. Apenas a região Noroeste registrou temperaturas dentro da normalidade para o período.

As 50 estações meteorológicas do Simepar indicaram que 12 cidades tiveram temperaturas médias pelo menos 1°C superiores a fevereiro de 2024. Entre elas estão Antonina, Cambará, Cândido de Abreu, Guarapuava, Guaratuba, Lapa, Paranaguá, Pinhais, Pinhão, Ponta Grossa, Santo Antônio da Platina e Telêmaco Borba.

A temperatura mais alta registrada no Paraná ocorreu em Capanema, no dia 16 de fevereiro, com 39,1°C. Entretanto, o recorde do ano na cidade ocorreu em janeiro, com 39,3°C.

Influência das condições climáticas

Segundo Samuel Braun, meteorologista do Simepar, a escassez de frentes frias contribuiu para o calor intenso. “Tivemos poucas frentes frias em fevereiro, apenas entre os dias 6 a 8 e 17 a 19. Elas passaram mais pelo oceano e não chegaram organizadas ao continente, permitindo que o sol predominasse por períodos prolongados”, explicou.

Chuvas irregulares marcam o verão

Além do calor, fevereiro foi marcado por tempestades isoladas com altos acumulados de chuva em algumas regiões. Campo Mourão, por exemplo, registrou 353,4 mm de chuva no mês, 191 mm acima da média histórica. Em apenas um dia, 13 de fevereiro, a cidade acumulou 71 mm de chuva. São Miguel do Iguaçu também teve um volume elevado, com 108 mm acima da média.

Outras cidades com acumulados acima da média incluíram Antonina (72 mm a mais), Cornélio Procópio (70 mm), Curitiba (85 mm) e Palmas (82 mm). Em contrapartida, algumas regiões registraram volumes abaixo do esperado. Pato Branco teve 112 mm a menos do que a média, enquanto Cianorte ficou 76 mm abaixo. Francisco Beltrão (-88 mm) e Santa Helena (-74 mm) também registraram chuvas abaixo da média.

Em Paranaguá, no Litoral, tempestades causaram alagamentos. No dia 8 de fevereiro, choveu 101,2 mm, quase um terço do acumulado do mês inteiro (308,6 mm). Antonina também teve um dia de chuvas intensas, com 148,6 mm no dia 7 de fevereiro, representando quase metade da precipitação total do mês (310,8 mm).

Cidades que bateram recordes de calor em fevereiro de 2025

Os municípios que registraram o fevereiro mais quente desde o início das medições foram:

  • Ponta Grossa: 23°C (recorde desde 1998);
  • Antonina: 27°C (desde 2015);
  • Capanema: 26,9°C (desde 2018);
  • Cândido de Abreu: 26,1°C (desde 1998);
  • Cornélio Procópio: 25°C (desde 2019);
  • Fernandes Pinheiro: 22,6°C (desde 2000);
  • Cruzeiro do Iguaçu: 26,3°C (desde 2022);
  • Foz do Iguaçu: 26,9°C (desde 2018);
  • Francisco Beltrão: 24,7°C (desde 2011);
  • Guaíra: 27,1°C (desde 1998);
  • Guarapuava: 22,5°C (desde 1998);
  • Laranjeiras do Sul: 23,7°C (desde 2018);
  • Palmas: 19,7°C (desde 2020);
  • Palmital: 24,4°C (desde 1998);
  • Paranaguá: 27,2°C (desde 2013);
  • Pato Branco: 24,4°C (desde 1998);
  • Pinhão: 23,3°C (desde 2004);
  • Santa Helena: 27,7°C (desde 1998);
  • Santo Antônio da Platina: 25,2°C (desde 2019);
  • Telêmaco Borba: 24,2°C (desde 1998);
  • Ubiratã: 25,8°C (desde 2018);
  • União da Vitória: 23,5°C (desde 1998).

Fevereiro de 2025 entrou para a história do Paraná como um dos mais quentes já registrados. O calor intenso e as chuvas irregulares são características do verão, mas a falta de frentes frias contribuiu para máximas ainda mais elevadas. As oscilações climáticas devem continuar impactando o Estado nos próximos meses.

Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN
Imagens: Simepar