Foto: Jornal de Itaipu Eletrônico |
Sede da Fundação Nosso Lar, em Foz do Iguaçu |
Medo, insegurança, baixa autoestima e falta de afetividade são alguns dos principais sintomas apresentados por crianças abandonadas ou retiradas de suas famílias de origem. Só no Brasil, o problema atinge oito milhões de pessoas na infância e na adolescência. Como protegê-las e amenizar as sequelas do abandono? O tema estará em debate em Foz do Iguaçu, de 2 a 4 de setembro, no Seminário Latino-Americano de Acolhimento Familiar.
O evento faz parte da programação oficial da visita do presidente Lula à cidade e deve reunir mais de 600 representantes de instituições de proteção à criança e ao adolescente de 19 países. No seminário promovido pela Rede de Proteção Latino-Americano de Acolhimento Familiar (Relaf), os participantes terão a oportunidade de apresentar e conhecer experiências bem sucedidas de acolhimento. A ideia é debater esses projetos e replicá-los em todo o continente.
“O melhor local para criar uma criança é na família biológica, desde que essa convivência seja sadia”, explica Ivânia Ferronato, diretora de projetos da Fundação Nosso Lar, de Foz do Iguaçu. “Quando isso não é possível”, acrescenta, “o modelo da família acolhedora é o melhor sistema”.
E como esse modelo funciona na prática? Família Acolhedora é um programa do governo federal que tem foco na proteção integral de crianças e adolescentes em situação de risco. Em vez de serem encaminhados para instituições como abrigos, eles são afastados temporariamente de suas famílias biológicas e acolhidos por outra família, até que haja condições de voltarem para casa.
Para isso, durante esse período, a família de origem deve ser acompanhada por psicólogos e assistentes sociais. Das 130 crianças e adolescentes que vivem longe de suas famílias de origem, em Foz, apenas cinco moram com famílias acolhedoras. As demais estão em abrigos e casas-lares.
Segundo Ivânia, esses dados reforçam a urgência de encontrar uma forma eficiente de recuperar a família e evitar o abandono de crianças e adolescentes”.