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Os jovens, o rolezinho e o direito à cidade

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Em São Paulo, nos últimos dias, muito se tem debatido acerca dos chamados “rolezinhos”: encontros de jovens, geralmente de periferia, em shoppings. Apesar do recente debate na capital paulista, tais encontros acontecem em todo o Brasil, em maior ou em menor escala, e são organizados via rede sociais e têm levantados questões que vão desde a natureza sociológica do evento até questões de segurança dos “habituais” usuários dos centros de compras.

Estando na tênue linha que separa os argumentos de ordem e segurança do preconceito, creio ser possível se iniciar um debate de origem desses encontros.

Esses “rolezinhos” podem ser o resultado da ineficácia do Poder Público de não oferecer espaços adequados de lazer e entretenimento aos jovens, de todas as classes sociais e faixas etárias. Não há em quantidade suficiente, nos bairros e no Centro da cidade, locais públicos de convivência (como muitas vezes já debatemos aqui no ClickFoz) e. quando há, são pouco atrativos, seja pelo estado de conservação, seja pela segurança dos usuários.

Isso gera uma demanda reprimida atendida atualmente pela iniciativa privada, através dos shoppings. E em Foz do Iguaçu não é diferente.

Quantas pistas de skate há na cidade?

Quantos espaços arborizados – e assim mais frescos – com opções de lazer (shows, atividades para a juventude, etc) há na cidade?

Quais são os projetos dos nossos governantes para os jovens?

A cidade precisa investir não só em áreas de lazer, pistas de caminhada, pontos de encontro para dança, hip-hop e grafite, além de construir estúdios públicos para novas bandas. Além disso, precisa de uma política clara e planejada de combate as drogas (lícitas e ilícitas) e um forte programa de capacitação e de primeiro emprego.

Os “rolezinhos” são bem mais que um encontro de amigos, que acontece no Brasil inteiro, mas formar um conjunto de efeitos colaterais resultantes de uma doença crônica: políticos insensíveis à juventude.
 


* Luiz Henrique Dias é escritor iguaçuense, pagando um cárcere na maior cidade do país. Leia mais em www.luizhenriquedias.com.br ou siga ele no Twitter: @LuizHDias
 

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