Militares das três Forças Armadas vão monitorar pontos críticos ao longo de toda a fronteira terrestre brasileira antes da realização da Copa das Confederações, que ocorrerá em junho de 2013. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, que participou, no último dia 18 de dezembro, de evento para divulgar balanço do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF) do governo federal.
Segundo Amorim, a megaoperação militar – que representará a sétima edição da Operação Ágata, de combate a ilícitos na fronteira – deverá mobilizar, pelo menos, o dobro de efetivos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que costumam participar dessas ações. Nas seis edições anteriores da Ágata, um total aproximado de 58 mil militares atuou nas fronteiras, uma média de quase 10 mil por operação. Como a ação é feita a partir de dados de inteligência, o período e os locais para onde serão enviadas as tropas ainda não podem ser divulgados.
"Será um pouco antes da Copa das Confederações, com uma antecedência que não interfira no fluxo de turistas que venham assistir ao torneio", disse o ministro da Defesa, para quem a ação militar tem objetivo essencialmente “dissuasório”. De acordo com Amorim, a oitava edição da Operação Ágata deve acontecer também ao longo do segundo semestre do ano que vem.
PLANO
O Plano Estratégico de Fronteiras foi lançado em 2011 para aumentar a presença do Estado brasileiro nas regiões de fronteira e combater crimes transnacionais na divisa com dez países sul-americanos. Em 18 meses, o Ministério da Defesa realizou seis edições da Ágata perfazendo 24.782 quilômetros de fronteiras, superando o percurso fronteiriço do Brasil com os vizinhos da América do Sul. Ao todo, as operações geraram 319.635 vistorias de veículos, 222 inspeções de aviões, quatro pistas clandestinas de pouso destruídas, apreensão de 19.892 quilos de explosivos e 11.801 quilos de entorpecentes. Além disso, 5.681 embarcações foram vistoriadas e 498 delas foram apreendidas.
Já a operação Sentinela, que envolve a atuação de agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública, entre outros, resultou em 350 toneladas de drogas, 9.545 veículos, 2.235 armas de fogo, 280.785 munições, 16.222.9936 pacotes de cigarro, 1.898.637 fármacos e R$ 10.775.064 de dinheiro. A Sentinela gerou ainda a prisão de 20.737 pessoas em flagrante.