Foz do Iguaçu será palco, no próximo dia 8 de março, de uma grande marcha das mulheres em defesa da igualdade de direitos e contra a violência de gênero. A mobilização terá início às 9h, com concentração no Bosque Guarani, próximo ao terminal de ônibus.
A principal reivindicação é o fim da desigualdade salarial entre homens e mulheres, além do apoio às vítimas de violência. A marcha também contará com a participação de ativistas da Argentina e Paraguai, reforçando a unidade transnacional na luta pelos direitos femininos.
Ato público e mobilização regional
O evento marca o Dia Internacional da Mulher e contará com manifestações ao longo das principais avenidas centrais de Foz do Iguaçu. O trajeto seguirá até a Praça da Paz, onde será realizado um ato público.
A mobilização está aberta a mulheres, homens, jovens e famílias, buscando ampliar o debate sobre direitos e justiça social. Participam entidades civis, sindicatos, conselhos de políticas públicas e representantes de partidos políticos.
Para facilitar a participação de moradores de municípios vizinhos, serão disponibilizados ônibus gratuitos. As reservas podem ser feitas pelo WhatsApp (45) 9936-0172 ou pelos telefones (45) 3028-1013 e 3025-7914.
Desigualdade salarial e violência de gênero
Apesar da legislação federal garantir igualdade salarial, mulheres ainda recebem, em média, 20% a menos que os homens. Além disso, enfrentam barreiras para ocupar cargos de liderança e lidam com jornadas triplas, acumulando trabalho formal, afazeres domésticos e o cuidado com os filhos.
A violência de gênero também segue alarmante. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, o Brasil registrou 1.467 feminicídios no último ano, o maior índice desde a criação da lei que tipificou esse crime, em 2015. O estudo também revela que, a cada seis horas, uma mulher é vítima de feminicídio no país, e a cada seis minutos, uma menina ou mulher sofre violência sexual.
Contexto histórico do Dia Internacional da Mulher
A data remonta a 1917, quando 90 mil trabalhadoras russas saíram às ruas para exigir melhores condições de trabalho e direitos sociais. Conhecido como o movimento “Pão e Paz”, esse protesto influenciou a oficialização do Dia Internacional da Mulher pela ONU, em 1977.
No Brasil, avanços significativos ocorreram apenas a partir da Constituição de 1988, que garantiu a igualdade de direitos. No entanto, a implementação efetiva demorou a ocorrer. Somente em 2006, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal permitiu o afastamento de agressores do lar, protegendo mulheres vítimas de violência doméstica.
Em 2021, o STF considerou inconstitucional a tese de “legítima defesa da honra”, utilizada em casos de feminicídio para justificar a impunidade dos agressores. Essa decisão representou um passo fundamental na luta contra a violência de gênero no país.
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Nota da redação…
Enquanto este texto era publicado, mais uma mulher — possivelmente vítima de feminicídio — foi encontrada morta, amarrada no porta-malas de um veículo em Foz do Iguaçu. A violência de gênero não cessará enquanto não houver não apenas políticas públicas eficazes, mas também a desconstrução de todo o modelo estrutural de educação da sociedade brasileira. Em um país onde milhares de mulheres são assassinadas todos os anos, cada pessoa tem responsabilidade sobre essa realidade. Sinta-se convocado (a) a participar desta marcha.
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Programação da marcha
- Data: 8 de março – Dia Internacional da Mulher
- Concentração: 9h, no Bosque Guarani (atrás do terminal de ônibus)
- Início da marcha: 10h
- Trajeto: Avenida Brasil até a Praça da Paz
A marcha faz parte da agenda mundial em defesa dos direitos das mulheres e da solidariedade internacional. A participação ampla da sociedade é fundamental para dar visibilidade às pautas femininas e avançar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Com Informações: APP-Sindicato/Foz
Foto: Fernando Benega/APP-Sindicato-Foz/Divulgação