Dos 15 alunos que compareceram ao treino, nove eram meninas. Segundo o professor Gilsomar Higa, isso não é um fato isolado. “Tenho cerca de 40 alunos e 30 deles pertencem ao sexo feminino. A curiosidade pelo esporte aumentou depois que elas descobriram que várias atrizes praticam algum tipo de luta”, afirma o instrutor.
Conforme explica Higa, o que mais atrai a mulherada até a aula de Muay Thai é a definição rápida do corpo. “Em um treino bem trabalhado pode se perder até 900 calorias”, diz o professor.
Além disso, outros benefícios podem ser notados após algum tempo de prática. “Os alunos ganham resistência, força, condicionamento físico e respiratório, aprendem a se defender e ainda, aliviam o stress do dia-a-dia”, explica o professor.
Foto: Lauane de Melo – Clickfoz |
Dos 15 alunos deste horário, nove são mulheres |
O treino é puxado. Primeiro, eles alongam, fazem um aquecimento com circuito e só depois vão para a luta. Mas, antes de entrar no tatame, é preciso estar devidamente equipado: luvas, protetor de boca e caneleiras. Aí sim, a “pancadaria come solta”!
A luta é bem completa. Além do boxe, usa-se cotoveladas, chutes e joelhadas. Apesar de parecer perigosa a mulherada aqui não troca a modalidade por nada. A estudante de psicologia Virgínia Basile, por exemplo, pratica o esporte há cinco meses e já consegue observar as mudanças no corpo. “Eu gosto muito. Depois que comecei a treinar, senti que emagreci e minhas pernas também ficaram super definidas. Não pretendo parar tão cedo”.
A empresária Fabiana Cominetti também é adepta ao esporte. Trocou anos de musculação por algo com mais ação. “Em três anos de academia, não obtive o resultado de cinco meses de Muay Thai. Aqui as atividades são diferentes, uma aula nunca é igual à outra, não enjoa”.
A estudante de Yara Hijazi tem 14 anos e também treina há cinco meses. Apesar da pouca idade, a garota é dona de um chute poderoso e mostra muito talento no tatame. “Eu adoro estar aqui, esqueço do mundo, sou outra pessoa”, afirma a adolescente.
Foto: Lauane de Melo – Clickfoz |
Fabiana (esquerda) e Virgínia (direita) são aplicadas e levam a sérios os treinamentos |
Já a bacharel em direito Sueli Castro, treina há apenas três meses e já perdeu quase oito quilos. “Sinto uma imensa diferença em meu corpo. Estou muito feliz. É bom emagrecer desta forma. Apesar do treino puxado, saio daqui sem dores”, afirma.
Em abril, o mestre Danilo Zanoline, que hoje mora no Japão, virá a Foz do Iguaçu para graduar alguns alunos. Entre eles, estão Virgínia, Fabiana, Yara e Sueli. As quatro conquistarão a sua primeira faixa, a prajied branca. “Isso só me incentiva a continuar”, diz Virgínia. “Não vejo a hora de recebê-la”, afirma Yara com ansiedade. Para Fabiana, o momento “representa a conclusão de um ciclo”. Sueli não esconde a alegria. “Estou muito feliz”.
Lauane de Melo é repórter do Clickfoz e editora
de imagens da Rede Massa. Para interagir com a
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