O documentário “Repare Bem” será exibido nesta sexta-feira, 4, no Teatro Barracão (Praça da Bíblia). Vencedor do Kikito de melhor longa-metragem estrangeiro no Festival de Gramado de 2013, o documentário aborda a ditadura por meio da história de três gerações de mulheres. A obra tem direção de Maria de Medeiros. A exibição é gratuita e começará às 19h30, seguida de debate com o jornalista Aluízio Palmar.
A sessão pública integra a Mostra Nacional de Cinema “Marcas da Memória“, da Comissão de Anistia. O circuito começou nesta quarta-feira em dezenas de cidades brasileiras em alusão aos 50 anos do Golpe Civil-Militar. A etapa iguaçuense conta com a exibição gratuita de 12 longas e curtas metragens em escolas, universidades, além de organizações sociais e culturais.
Em Foz do Iguaçu serão dez dias de filmes e debates, numa jornada organizada localmente pelo Centro de Direitos Humanos e Memória Popular, Casa do Teatro, Casa da América Latina, Associação Guatá, Webrádio Unila e Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná). A coordenação nacional é do Ministério da Justiça.
A exibição “Repare Bem” contará com debate mediado por um personagem da época. Devido à sua militância revolucionária, Aluízio Palmar não terminou o curso, foi preso e banido do país após ter sido trocado, juntamente com outros 69 presos políticos pelo Embaixador da Suíça no Brasil. Depois de passar oito anos entre o exílio e a clandestinidade, voltou ao Brasil em 1979, quando deu início em Foz do Iguaçu a carreira jornalística que completa 35 anos.
O filme – Produzido em 2013, o longa de 105 minutos reúne imagens feitas no Brasil, Itália e Holanda. As câmaras registraram em Roma e em Joure, no norte da Holanda, os testemunhos de Denise Crispim e de sua filha, Eduarda Ditta Crispim Leite. Apesar de longe do Brasil, suas palavras, que falam de exílio e de memória, levam-nos a um mergulho profundo na história do Brasil, dos anos 70 até a atualidade.
Denise já nasce clandestina em 1949. Seus pais, extremamente politizados, lutaram por uma vida mais justa e são por isso perseguidos por sucessivas ditaduras. Aos 20 anos, Denise torna-se companheira de um guerrilheiro, Eduardo Leite, morto no governo militar brasileiro. Ao fugir para o Chile, reencontra seus pais, também exilados. Lá, ao lado da filha Eduarda, Denise e a mãe vivem a repressão de Pinochet e se separam novamente, para viver na Europa.
Agenda – A programação segue com “Ainda hoje existem perseguidos políticos” (Biblioteca Comunitária Cidade Nova), “Damas da Liberdade” (Colégio Barão do Rio Branco), “Por uma questão de justiça, advogados contra a ditadura” (Unioeste), “Em Nome da Segurança Nacional” (Colégio Almiro Sartori), “Vou contar para os meus filhos” e “Anistia 30 anos” (Colégio Três Fronteiras e Colégio Cataratas do Iguaçu), “Os militares que disseram não” (Centro de Direitos Humanos e Memória Popular).