O sonho que virou pesadelo. É esta a sensação que mais de 2000 moradores estão sentindo na pele. No fim da tarde desta terça-feira, 22, residentes do Condomínio Terra Nova, localizado na Avenida Tancredo Neves, próximo a Itaipu, fizeram uma manifestação em frente ao local.
Com faixas, cartazes, nariz de palhaço, abaixo assinado e apitos, os condôminos pediam uma solução para vários problemas. O mais grave e urgente é o abastecimento de água. Atualmente, os moradores possuem uma dívida com a Sanepar de quase 400 mil reais. Entretanto, segundo eles, o valor exorbitante não é somente do consumo mensal das casas, mas, sim, de diversos vazamentos na infraestrutura do local, que deveriam ter sido resolvidos pela construtora Rodobens, empresa responsável pela obra.
Foto: Lauane de Melo – Clickfoz |
Dívida mensal chega a quase 30 mil reais em 14 meses. Será que os moradores gastam mesmo tudo isso por mês? Sei não… |
Luiz Gustavo é morador do condomínio há quase um ano e meio e está indignado com a situação. “Quando nós compramos a casa, nos entregaram um manual do morador dizendo que cada um teria que procurar a empresa responsável para fazer o ligamento da sua água, ou seja, com a Sanepar. A Rodobens, não cumpriu a parte deles que seria a individualização dos imóveis. Hoje, temos apenas um relógio para todos os moradores. Não temos o que fazer, a conta está aqui, 377 mil reais para pagar e nós não temos como pagar. Esta conta é da Rodobens, eles que nos causaram este problema. Nós concordamos em pagar, mas, apenas o que foi o nosso consumo, nada além disso”, afirmou.
Segundo a Rodobens, os problemas já foram solucionados pela empresa e a dívida, é relativa apenas ao consumo dos residentes. Entretanto, a síndica e os moradores, rebatem esta informação. Segundo eles, desde fevereiro do ano passado, a situação tramita na justiça. E durante este período, todos os meses, o dinheiro equivalente ao consumo foi depositado em juízo. “Até o momento, pagamos 131 mil reais a Sanepar, mas, ainda faltam quase 250 mil e nosso prazo vence hoje. Gostaríamos de marcar uma reunião com a empresa para chegarmos a uma solução para este impasse”, disse a síndica Valquíria Oliveira de Castro.
Foto: Lauane de Melo – Clickfoz |
Moradores fizeram bastante barulho em frente ao condomínio no fim da tarde de ontem |
A moradora Sthefany Grolli também participou do manifesto. Com um bebê de nove meses, a jovem admite não saber o que fazer caso o abastecimento seja interrompido. “Estes dias meu marido caiu dentro de casa porque entrou água por debaixo da porta. Quando eles entregaram o imóvel a gente disse que tinha problemas. Ficaram de resolver, mas, você precisa da residência para morar e, por isso, não vai ficar pagando aluguel. E se ficar sem água? É uma boa pergunta, o que a gente vai fazer né?! Eu não sei nem te responder”, finalizou.
Lauane de Melo é repórter do Clickfoz e editora
de imagens da Rede Massa. Para interagir com a
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