A greve geral nacional mobilizou milhares de trabalhadores em Foz do Iguaçu nesta sexta-feira, 28, em protesto contra as reformas da Previdência e da legislação trabalhista. As mudanças na lei são propostas do governo de Michel Temer (PMDB) e tramitam no Congresso Nacional. Cerca de 8 mil pessoas reuniram-se no Zoológico Bosque Guarani e percorrem em passeata as principais ruas do centro da cidade.
Com faixas, cartazes, bandeiras, palavras de ordem e carros de som, trabalhadores, estudantes e integrantes de movimentos sociais seguiram pela avenida Brasil, a principal via do município, passando pela avenida JK até a área próxima ao TTU (Terminal de Transporte Urbano), para o desfecho da mobilização. Durante a passagem da manifestação, os empresários fecharam as portas do comércio e de outros estabelecimentos.
O ato teve a adesão de 36 entidades sindicais e organizações sociais. Dezenas de categorias profissionais paralisaram totalmente as atividades. A mobilização conjunta reuniu servidores públicos municipais, estaduais e federais, comerciários, policiais rodoviários, bancários, eletricitários, rodoviários, profissionais do turismo, servidores dos Correios, policiais federais, engenheiros, trabalhadores rurais, coletores, garis e estudantes.
“É um dia vitorioso. A união dos trabalhadores e dos movimentos populares é um claro recado ao governo de que não aceitaremos as reformas que retiram direitos”, frisou Silvio Borges, secretário de Organização da APP-Sindicato/Foz. “Há dois anos, enfrentávamos a repressão do Governo do Estado para não perder conquistas. Por isso, hoje é um momento simbólico para nós, educadores. Mostra que os trabalhadores estão unidos e fortalecidos”, disse.
Paralisações
Com a greve geral, trabalhadores de diferentes segmentos suspenderam serviços e não compareceram aos postos de trabalho. Motoristas e cobradores de ônibus cruzaram os braços e paralisaram o transporte coletivo. Servidores da Prefeitura Municipal suspenderam o trabalho em todos os setores, como escolas, centros de educação infantil, serviços de saúde, entre outros. Cerca de 70% das escolas da rede estadual cancelaram as aulas.
Estudantes, professores, agentes universitários e técnicos da Unila, Unioeste e IFPR aderiram à greve geral, deixando as instituições de ensino sem atividades. Os protestos contaram com trabalhadores da Itaipu Binacional, Copel e Furnas, assim como, de garis e coletores que atuam nos serviços de recolhimento do lixo. Em greve por tempo indeterminado, os servidores dos Correios fortaleceram o movimento.
Organização
A greve nacional foi convocada por 9 centrais sindicais. Em Foz do Iguaçu, a mobilização foi organizada em conjunto pelos sindicatos de trabalhadores. O objetivo é impedir as mudanças na legislação trabalhista, que implicam em perda de direitos e fragilizam as futuras negociações entre patrões e empregados. A paralisação visa frear a reforma da Previdência, que prevê a elevação do tempo de contribuição e da idade para a aposentadoria, além do fim de benefícios.