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Jornalista: do Repórter Esso ao WordPress

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O Dia do Jornalista é comemorado no Brasil no dia 07 de abril em alusão ao assassinato do jornalista João Batista Líbero Badaró, brasileiro de origem italiana, por inimigos políticos, durante uma passeata estudantil em comemoração aos ideais libertários da Revolução Francesa, em 1830. Você acaba de ler um clássico lead dos manuais de jornalismo, respondendo as seis “perguntas básicas de uma matéria” (o quê? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê?) Mas o jornalista, profissional homenageado nesta quarta-feira (07/04), faz muito mais do que responder essas seis perguntas, organizando-as de modo a deixar a leitura agradável.

Ao longo da história da imprensa no Brasil, ocorreram muitas mudanças na forma de exercer a profissão. Os condicionantes técnicos e as limitações políticas e econômicas gradativamente são driblados por criatividade e uma nova postura dos jornalistas e do público. Do “Repórter Esso ao WordPress” muito se passou.

Linha do tempo – O primeiro jornal brasileiro, Correio Braziliense, foi firmado no país com traços oposicionistas e com a instalação da família Real Portuguesa. Ele foi editado na Europa durante 14 anos seguidos e nasceu com o comando do gaúcho Hipólito José da Costa, rebelde com profundos conhecimentos sociais. Vendo tamanho perigo em suas manchetes, D João VI criou a Imprensa Régia para editar o jornal de direita Gazeta do Rio de Janeiro. Desde o primórdio da imprensa brasileira ela já é conhecida com uma posição controvérsia.

Editor do Blog da Comunicação, espaço reservado para debater o jornalismo brasileiro, Guilherme Freitas, comenta que com o passar do tempo, o Jornalismo foi se adaptando às épocas, quase como obrigatoriedade de sobrevivência. “De maneira fácil, passou das notícias políticas aos informes sociais e esportivos, tendendo sempre ao que o já exigente mercado requeria. Por esse aspecto, o jornalista passou a ser visto ou como inimigo ferrenho ou como aliado indispensável do político, do esportista, das celebridades sociais”, comenta.

No ano de 1891 surgiu um jornal que marcaria história e faria escola no jornalismo brasileiro, o Jornal do Brasil. Ele nasceu com a República e é de tendência liberal e inclinação conservadora, mas não aceitando vínculo partidário e assumindo a condição de jornal livre e independente. O ano de 1893 foi determinante para o JB e, em maio desse ano, Rui Barbosa (foto) aparece como redator-chefe e os fatos políticos têm predominância sobre notícias policiais.

Meados de 1920, por sua vez, é marcado pelo início da circulação de dois grandes jornais: O Globo (RJ) e A Folha de S. Paulo. Já em 1939 é estruturado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), época marcada como um dos mais lamentáveis episódios do jornalismo nacional. Desde esta data até os anos 80 o periodismo nacional passou por uma conturbada intervenção do governo.

Jornalista – Desde o primórdio da imprensa brasileira existe um profissional que não se deixou abalar pelo governo imperialista, Ditadura ou pela opressão de grandes empresas de comunicação. De esquerda ou de direita, um dos grandes desafios do jornalista é manter-se integro nas suas responsabilidades com a sociedade.

Se a máxima da profissão é conseguir um furo de reportagem, com responsabilidade e compromisso com a veracidade dos fatos relatados – seja nas linhas de um jornal impresso, em um VT, nas matérias de web ou nas ondas de rádio – há aqueles que conseguiram se destacar dentro de um mercado vasto e competitivo, cada dia maior.

Destaques – Talvez o símbolo mais forte do Jornalismo no Brasil sejam o jingle e o slogan do noticiário de Repórter Esso, veja o vídeo:


Repórter Esso – O repórter Esso era patrocinado por uma empresa estadunidense chamada Standard Oil Company of Brazil, conhecida como Esso do Brasil. Os locutores que fizeram maior sucesso no noticiário foram Gontijo Teodoro, Luiz Jatobá e Heron Domingues. Os slogans mais famosos eram: "Repórter Esso, o primeiro a dar as últimas" e "Repórter Esso, a testemunha ocular da história".

WEB –
No Brasil quem foi o precursor desta realidade foi o conhecido Jornal do Brasil, que viu na rede uma forma de atrair leitores. Com o passar do tempo o jornal incorporou novas colunas e serviços e, hoje, é destaque no jornalismo 2.0.

Compartilhamento e colaboração do leitor são marcas do jornalismo 2.0, possíveis especialmente por meio de ferramentas de interação como twitter ou redes sociais. A velocidade da propagação das mensagens também atinge outro patamar com as novas mídias.

 

Cora Rónai foi a primeira jornalista a ter um blog no Brasil, e faz questão de manter o mesmo layout desde 2001. “Primeira jornalista a ter blog, veja bem: havia blogueiros não-jornalistas, mas o tom dos blogs na época era bem Querido Diário…”, brincou no Twitter. O blog de Rónai  é atualizado diariamente desde a sua fundação. Rónai ainda foi a primeira a se dedicar a fotografia digital como ferramenta de comunicação.

Nos primórdios do Fotolog, a página que ilustrava com fotos do Rio de Janeiro e de suas viagens chegou a ser a mais visitada do mundo. “O Twitter, definido como microblog, está mais para quadro de avisos, de onde se apontam os textos, filmes e fotos que chamaram a atenção dos usuários. Um lugar de passagem, imbatível para informações curtas e rápidas”, revela a jornalista.

Hoje, estar na rede é uma questão de sobrevivência. Os veículos “tradicionais” estão transformando o modo de ouvir seus leitores e buscando canais de interação.

É o que fez a Rede Globo em seu site disponibilizando conteúdos exclusivos e complemento das matérias que vão ao ar em seu telejornalismo.

Seguindo os passos da rival, a Rede Record inaugurou em 2009 um portal de jornalismo intitulado R7, contratando 3 mil jornalistas para a produção de matérias exclusivas. Uma delas é a jornalista, Rosana Hermann, também responsável pelo blog Querido Leitor.

Desafio @ClickfozAlém de todas as mudanças nas linguagens, as empresas descobriram que é necessário estar também nas redes sociais para falar diretamente com seus leitores-colaboradores. Boas pautas, fontes de entrevistas interessantes e debates produtivos são originados em canais como o twitter ou facebook. Alguns veículos já nascem focados no meio digital e com plena integração com as redes sociais e ferramentas da web 2.0 e, claro, já de olho na 3.0 que, não demora muito, será a nova balizadora do fazer jornalístico.
 
Para fechar essa matéria especial o portal Clickfoz recorreu ao twitter para fazer uma enquete sobre o “Dia do Jornalista”. Perguntamos para alguns profissionais atuantes no microblog "O que é ser jornalista 2.0?"
Vale a pena conferir as respostas:

@ulissesmattos: É tentar sobreviver a um dilúvio embarcando numa arca de Noé, ao lado de novos bichos que também podem ser seus concorrentes.

@anabrambilla: Ser jornalista 2.0 é valorizar o relacionamento com o usuário em redes sociais promovendo o UGC na própria rotina #Diadojornalista

@arianef: Ser #jornalista 2.0 é entender q colaboração é a chave p/ informação de qualidade e q recursos multimídia servem sempre p/ ajudar

@FlavioFachel: O bom jornalista 2.0 não usa "copy" e "paste"

@deniseparo: É derrubar as fronteiras da mídia unidirecional e contribuir para o receptor conscientizar-se que ele sim é o mais novo 4º poder.

@micaelsilva: Jornalista 2.0 é aquele que dedica mais tempo pra ouvir e discutir do que simplesmente falar.

@brunnaduarte: Ser jornalista 2.0 é estar aberto às novas possibilidades trazidas pela tecnologia, tendo-a como uma aliada no processo da comunicação.

@gabrielazevedo1: É uma grande mentira, pelo menos no Brasil, não trouxe qualquer inovação. As grandes corporações continuam ditando os conteúdos.

@alineaguayo: É ser colaborativo. É compartilhar. Trazer o leitor/entrevistado pra perto, usar e abusar das mídias sociais como fonte/divulgação. Principalmente, saber que o seu texto pode ter 100 autores. Cada um com sua interpretação, não menos verdadeira. É abrir a cabeça, a fonte e o texto. Jornalismo 2.0 é feito a mil mãos, internet e talento. É o que fazemos aqui, todos os dias. Viva o Twitter!

@ga_albuquerque: Jornalismo 2.0 é a maior revolução da informação! Talvez ainda maior do que a de Gutemberg #diadojornalista

@senhoritatonks: é estar preparado para atuar no campo de trabalho com notícias em tempo real, autonomia e responsabilidade com liberdade de expressão

Em tempo: obrigado a todos os profissionais que participaram da enquete e parabéns aos colegas jornalistas!

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