A Itaipu Binacional, responsável pela maior geração acumulada de energia elétrica do mundo, lançou na última segunda-feira (18) uma campanha interna para combate ao desperdício de energia e incentivo ao uso racional do recurso pelos seus colaboradores da margem brasileira.
A campanha, solicitada pelo diretor-geral brasileiro, general João Francisco Ferreira, está alinhada a um esforço nacional para o uso consciente da energia, conforme o decreto presidencial 10.779/21, que estabelece medidas de redução do consumo de energia no âmbito da administração pública federal.
Embora Itaipu não faça parte desta estrutura, por analogia e empenho em contribuir com os esforços do governo federal, a empresa endossou o pedido e está adotando medidas restritivas ao consumo de energia, como a mudança do horário de limpeza dos escritórios, concentrando o trabalho no período comercial.
Com o mote “Economia de energia: quem produz também poupa”, a iniciativa pretende conscientizar os empregados e empregadas sobre a necessidade de poupar energia, especialmente em tempos de escassez hídrica, e recomendar medidas que possam ser adotadas tanto no ambiente de trabalho como em casa. As fundações ligadas à binacional, como o Parque Tecnológico Itaipu (PTI-BR) também estão adotando a campanha.
“Cada um de nós pode colaborar para usarmos os nossos recursos de forma mais sustentável e superarmos mais rapidamente essa fase de estresse hídrico. Medidas simples, como desligar os aparelhos de ar-condicionado e as luzes das salas ao sair para o almoço, já podem ajudar. Façamos a nossa parte”, disse o general Ferreira.
A ação também corrobora com a campanha “Consumo Consciente Já”, uma parceria entre o Ministério das Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica. “É importante que todos participem disso, economizando naquilo que é possível economizar em energia, racionalizando o uso da água, preservando as nossas águas, que não são apenas para a geração de energia, mas também para outros usos, como agricultura, consumo humano, irrigação, turismo, lazer”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em junho deste ano.
Assim como a campanha do MME, a “Economia de energia: quem produz também poupa” vai levar ao público interno informações sobre o Programa de Incentivo à Redução Voluntária do Consumo de Energia Elétrica. O benefício, criado pelo governo federal (Resolução 2, de 31 de agosto de 2021), permite o bônus de R$ 50 a cada 100 kWh. A redução vai vigorar até dezembro de 2021, em razão do período crítico para os reservatórios das hidrelétricas brasileiras. Também serão abordados o uso racional dos aparelhos de ar-condicionado, da iluminação dos escritórios, entre outras medidas.
Combate ao desperdício de energia
Desde 1995, quando foi criada a Comissão Interna de Conservação de Energia (Cice), a Itaipu vem colocando em prática vários projetos para evitar o desperdício de energia. Ao longo desses anos, a empresa já alcançou uma economia de aproximadamente 24% no seu consumo de energia. Isso representa o consumo de 3.934 residências.
Entre os exemplos práticos estão melhorias efetuadas no Centro Executivo da empresa, em Foz do Iguaçu (PR), que tiveram como resultado uma redução média de 35% no consumo de energia do local; melhorias nos sistemas de iluminação viária substituindo lâmpadas convencionais por luminárias LED, com redução de 62,5% da potência instalada além da elevação da vida útil; alterações na estação de tratamento de água, com a substituição de bombas por modelos mais eficientes; dentre outras inúmeras ações.
Projetos como o novo Data Center da Superintendência de Informática também foram desenvolvidos considerando conceitos de eficiência energética, alinhados às estratégias adotadas pela empresa para o uso racional e eficiente dos recursos.
Além disso, a Itaipu participa de vários comitês externos, como o Comitê Integrado de Eficiência Energética do Sistema Eletrobras, o Comitê de Eficiência Energética do Viceministerio de Minas e Energia do Paraguai e Comitê de Integração Energética Regional da América Latina.