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Itaipu faz nova operação especial para ajudar no escoamento da safra de soja do Paraguai

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Pouco mais de dois meses depois de concluir uma operação especial de aumento do nível do Rio Paraná, a jusante (abaixo) da barragem, a usina de Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai, vai aumentar a produção de energia para garantir o escoamento de mais água e permitir que o país vizinho consiga exportar, por hidrovia, 100 mil toneladas de soja, hoje paradas em armazéns e barcaças, ao mercado internacional.

O pedido ao Brasil para Itaipu defluir mais água foi feito pela Chancelaria do Paraguai diretamente ao governo brasileiro, com participação do Ministério de Minas e Energia, Eletrobras, Agência Nacional de Águas e Operador Nacional do Sistema elétrico.

Desta vez, não será preciso abrir o vertedouro. A medida prevê apenas o aumento da produção de energia. Com mais água turbinada, haverá mais água rio abaixo (a jusante). A programação começa segunda-feira (3) e se estende até o dia 16 de agosto, totalizando 13 dias de operação. De segunda a sexta-feira, serão 7.500 metros cúbicos de água por segundo (m³/s). Já nos finais de semana, a defluência será de 7.100 m³/s, uma elevação de 1.000 m³/s em relação ao volume atual.

Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, “essa operação vai ter um ganha-ganha. Poderemos ajudar os nossos sócios e, ao mesmo tempo, melhorar nossa produção de energia. Quanto mais conseguimos produzir, melhor para o desenvolvimento dos dois países-irmãos. O governo do presidente Jair Bolsonaro está atento às necessidades, mais do que nunca, de um esforço conjunto para movimentar a economia, não só do Brasil, mas do Mercosul como um todo”.

Escoamento
Um total de 104 barcaças carregadas aguarda que o nível do rio aumente para transpor a eclusa da usina binacional Yacyretá, que também vai participar da operação.

A passagem das barcaças pela eclusa de Yacyreta, divididas em oito comboios, está prevista para os dias 10, 11 e 12 de agosto, segundo o Ministério de Relações Exteriores do Paraguai. A chamada “janela de água” propiciada por Itaipu vai garantir centenas de empregos dos paraguaios que trabalham no carregamento e transporte da soja.

Operação anterior
A primeira operação feita pela usina de Itaipu, entre 18 e 29 de junho – esta sim com a abertura controlada do vertedouro -, aumentou em três metros o nível do Rio Paraná, possibilitando a movimentação de 170 barcaças carregadas de soja retidas em decorrência da forte seca, uma das maiores da história. A medida permitiu o escoamento e acesso aos portos argentinos e uruguaios.

Na ação, houve vertimento menor do que o previsto inicialmente, porque a usina aproveitou para aumentar a produção de energia. Subiu do patamar de 170 mil MWh diários na semana anterior à operação especial para 210 mil MWh no período da operação. No acumulado dos 12 dias, Itaipu produziu 2.484.407 MWh, 82% destinados ao Brasil e outros 18% ao Paraguai. A chuva, na ocasião, também ajudou.

Produção hoje
A produção acumulada de Itaipu, em 2020, está quase em 45 milhões de megawatts-hora (MWh), considerada boa em relação ao momento hidrológico desfavorável. Isso porque choveu abaixo da média em toda a bacia do Rio Paraná, desde Minas Gerais até São Paulo e Paraná, e Itaipu otimizou matéria-prima (água disponível) e equipamento para aumentar a produtividade.

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