Itaipu, além de ser a usina que mais gera energia no mundo, acaba de registrar também a sua mais alta taxa de produtividade – a relação direta entre a produção de energia e a água que passa pelas turbinas. Nunca a hidrelétrica instalada em Foz do Iguaçu, na divisa com o Paraguai, aproveitou tão bem a água disponível em seu reservatório como em julho de 2019, quando atingiu a melhor produtividade em toda a sua história, num só mês, com 1,100 megawatts médios por metro cúbico de água por segundo (MWmed/m³/s). O recorde anterior, de 1,098 MWmed/m³/s, era de julho de 2018.
Praticamente não houve desperdício de água. A elevação da queda bruta de água, causada pela diminuição do nível do canal de fuga, em função da menor afluência (menos água chegando ao reservatório), favorece o aproveitamento de cada metro cúbico de matéria-prima em megawatt. Em outras palavras, a elevação da queda d´água também favorece o rendimento.
Este fator isolado, no entanto, não teria grande impacto não fosse a capacidade de trabalho integrado de todas as superintendências da Diretoria Técnica da Itaipu – Engenharia, Obras, Operação e Manutenção – aliada à relação sempre próxima com o Operador Nacional do Sistema (ONS), Ande e Eletrobras no gerenciamento adequado de todas as diversas variáveis envolvidas no processo de geração de energia. Entre elas, demanda, estoque de água e disponibilidade das máquinas e da transmissão, por exemplo.
Nos últimos anos a Itaipu vem melhorando também a sua faixa de operação, com perdas quase zero em relação ao máximo possível, ajustando inclusive as oportunidades de produção entre os setores de 50Hz e 60Hz, adequando a quantidade de unidades geradoras ao nível de produção.
Segundo o diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, o novo recorde demonstra que Itaipu está trabalhando incessantemente para melhorar todos os seus índices, graças aos esforços de uma equipe comprometida, formada por brasileiros e paraguaios. “Nenhuma empresa se estabelece na liderança achando que não precisa evoluir mais, sem buscar melhorias contínuas”, afirma. “A quebra do próprio recorde de produtividade mostra que a Itaipu, mesmo na condição de maior geradora de energia de planeta, faz jus à condição de líder mundial.”
Para o diretor técnico executivo, Celso Torino, o resultado reflete a maturidade e qualidade do corpo técnico da usina. “É um trabalho contínuo, binacional e de parceria em prol da segurança da usina e da otimização de sua produção”.
Produtividade crescente
O recorde anterior, de julho do ano passado, foi obtido 28 anos depois da melhor marca até então, registrada em setembro de 1991, com 1,087 MWmed/m³/s – superada sucessivamente em maio, junho e julho do ano passado.
No acumulado parcial, 2019 também está sendo o melhor ano do histórico. Até julho, a produtividade acumulada era de 1,072 MWmed/m³/s. A melhor marca anual registrada ocorreu em 1986, com 1,060 MWmed/m³/s, seguida de 2004, com 1,052 MWmed/m³/s. Em 2018, a produtividade foi de 1,036 MWmed/m³/s.