O grande volume de água que chega até o reservatório de Itaipu obrigou a usina a abrir, pela segunda vez no ano, por medida operacional, duas das três calhas do vertedouro. A vazão média vertida passa de 11 mil metros cúbicos de água por segundo. O vertimento garante um espetáculo a mais para quem visita os atrativos da hidrelétrica nesta época do ano, considerada a mais chuvosa da estação.
A segunda calha foi aberta nesta terça-feira (15), logo nas primeiras horas do dia, quando chegavam ao reservatório 21 mil metros de água por segundo, dos quais 11 mil são utilizados para gerar energia. O restante é escoado, para controle do reservatório. A abertura de uma terceira calha só ocorre em casos de cheias excepcionais ou por medida operacional.
A primeira vez que Itaipu abriu duas calhas do vertedouro, este ano, foi no domingo passado (13). Mas foi apenas por algumas horas. As boas condições hidrológicas permitiram à usina de Itaipu bater recorde de produção nos dois primeiros meses do ano. A usina está gerando em média, entre 10 e 11 mil megawatts-hora (MW/h).
Com a grande quantidade de chuvas registradas na região Sudeste no começo do ano, os reservatórios, acima de Itaipu, na bacia do Rio Paraná, estão escoando seus excedentes. A maioria dos reservatórios está com volume de armazenamento acima de 90%.
Reflexos – Por causa da vazão alta em Itaipu e também na bacia do Rio Iguaçu, o nível do Rio Paraná vem aumentando na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Nas proximidades da Ponte da Amizade, o nível do Rio Paraná chegou a 112 metros, cerca de 10 metros acima do normal, na calha do rio.
A vazão do Rio Iguaçu, nas Cataratas, é de 2 mil metros cúbicos de água por segundo. Na confluência dos rios, o volume chegou, em alguns momentos, a 24 mil metros cúbicos de água por segundo.
Há risco de inundações no bairro paraguaio San Rafael, localizado na área natural do rio.
