O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou, em uma coletiva de imprensa realizada no início desta tarde, que o horário de verão não será implementado no Brasil em 2024. Após reuniões com o comitê do setor elétrico e especialistas, concluiu-se que a medida não é necessária neste momento. O foco do governo está em garantir a segurança energética e a estabilidade das tarifas, sem impacto significativo para os consumidores.
Decisão baseada em estudos técnicos
A decisão de não retomar o horário de verão foi fundamentada em análises técnicas que avaliaram as condições atuais do setor elétrico, incluindo o restabelecimento das condições hídricas. Apesar da recuperação modesta dos reservatórios, o período chuvoso deve garantir que as hidrelétricas possam operar sem grandes prejuízos até o fim do ano.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou, no dia 15 de outubro, dados complementares que indicavam a possibilidade de economia financeira com a adoção temporária do horário de verão. Segundo o relatório, a economia poderia atingir R$ 400 milhões em 2024. Entretanto, o ministro destacou que o horário de verão só seria retomado em caso de necessidade “imprescindível”.
Histórico do horário de verão
O horário de verão foi suspenso em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, após estudos indicarem que a medida já não gerava economia de energia significativa. O ex-presidente decretou o fim da política por considerar que ela não justificava mais os benefícios econômicos em relação aos impactos sociais.
Nos últimos meses, a discussão sobre a volta do horário de verão ganhou força devido à forte estiagem que atinge o país. O governo cogitou retomar a medida como forma de aliviar o consumo de energia elétrica, especialmente em momentos de pico. No entanto, após reuniões com o comitê de monitoramento do setor elétrico, a medida foi descartada para o verão de 2024.
Estiagem histórica e efeitos no setor elétrico
O Brasil enfrenta uma das secas mais severas de sua história recente, considerada a mais intensa dos últimos 74 anos pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). Ainda assim, técnicos do Ministério de Minas e Energia permanecem otimistas com a recuperação gradual dos reservatórios de água, que devem suprir a demanda energética até o final do ano.
Mudanças no horário de verão no Paraguai
Enquanto o Brasil descarta a retomada do horário de verão, o Paraguai adotou uma medida diferente. O presidente Santiago Peña promulgou, na última sexta-feira, 11 de outubro, uma lei que estabelece o horário de verão como padrão oficial durante todo o ano no país. A partir de março de 2025, o Paraguai não mais adotará o horário de inverno, mantendo o fuso UTC-3 de forma permanente.
Essa mudança visa gerar maior eficiência no uso da luz solar e alinhar o horário do Paraguai com outros países da região. No entanto, debates sobre os impactos sociais dessa decisão, especialmente nas populações mais vulneráveis, continuam. O presidente Peña deixou em aberto a possibilidade de rever a medida caso os efeitos sociais negativos sejam significativos.