A Prefeitura de Foz do Iguaçu promoveu ontem, terça-feira (15), a primeira reunião do Comitê Especial de Atenção aos Repatriados e Migrantes do Líbano, criado para coordenar as ações de acolhimento dos libaneses retirados da zona de conflito no Oriente Médio. O encontro discutiu medidas de apoio aos brasileiros repatriados e migrantes que escolheram Foz do Iguaçu como destino, além de fortalecer articulações entre os poderes executivos e o judiciário.
O Comitê foi instituído no último dia 10, por meio do Decreto n.º 33.058, em resposta à crise humanitária decorrente do conflito no Líbano. Sob a coordenação da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade, o grupo tem como objetivo garantir a integração e o acolhimento dos migrantes. De acordo com o governo federal, aproximadamente 21 mil brasileiros, natos ou naturalizados, vivem no Líbano, e 23% dos que buscam refúgio no Brasil escolhem Foz do Iguaçu como destino, devido à grande comunidade libanesa presente na cidade.
Apoio e acolhimento
A cidade, que abriga a segunda maior comunidade libanesa do Brasil, já recebeu centenas de migrantes nos últimos dez dias. O comitê conta com representantes das secretarias municipais de Saúde, Assistência Social, Educação, Transparência, Governança e Fozhabita, além de parcerias com a Unila, Itaipu, Casa do Migrante e diversas associações islâmicas e beneficentes. O prefeito Chico Brasileiro destacou o espírito solidário da população de Foz do Iguaçu e do Estado do Paraná: “Somos um povo de fronteiras abertas para receber migrantes e apátridas. Faremos tudo ao nosso alcance para acolher e tratar com dignidade todos que chegam.”
Operação Raízes de Cedro
A Operação Raízes de Cedro, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, também foi pauta da reunião. Desde o início de outubro, Foz do Iguaçu se prepara para receber pessoas trazidas pelos voos organizados pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Até o momento, cinco voos trouxeram cerca de 230 passageiros cada, dos quais 50 foram acomodados na cidade. Rosa Maria Jeronymo, coordenadora do comitê, explicou que a criação do grupo foi essencial para organizar as ações de acolhimento. “Estimamos que pelo menos mais nove voos devem chegar, além de migrantes que vêm por via terrestre”, comentou.
Jihad Abu Ali, diretor de Assuntos Internacionais, acompanha de perto o trabalho das entidades envolvidas e busca soluções rápidas para garantir a integração dos migrantes. “Estamos empenhados em oferecer acolhimento psicológico, assistencial e de saúde, garantindo que todos se sintam bem recebidos em Foz do Iguaçu”, afirmou.
Reuniões e novas ações
Nesta quarta-feira (16), secretários estaduais da Justiça e Cidadania e do Desenvolvimento Social se reunirão com o comitê para discutir questões documentais e estratégias operacionais do governo estadual no processo de repatriamento e migração. A reunião ocorrerá às 16h no Alfa Coworking, localizado na Avenida José Maria de Brito, 1707.
Com Informações: Agência Municipal de Notícias
Foto: AMN/Divulgação
Foto da chegada dos repatriados: Paulo Pinto/Divulgação Agência Brasil