Esta semana, enfim, Curitiba respira aliviada. Depois de toda a novela mexicana que a cidade vivenciou nos últimos dias, finalmente, a capital do Paraná foi confirmada como uma das 12 cidades brasileiras que sediarão a Copa do Mundo no meio do ano. Mas, foi por um triz.
Na tarde da última terça-feira, 18, os olhos de muita gente se voltaram ao anúncio do senhor Jérôme Valcke em Florianópolis. Bastava uma palavra com apenas três letras (sim ou não), para mudar completamente uma história e transformar um sonho em pesadelo.
Não, eu não digo isso por causa da Arena da Baixada. O problema vai muito mais além daqueles portões. Os curitibanos se prepararam para receber o evento e não mereciam ficar fora da festa. A capital paranaense, até o momento era uma das mais requisitadas para hospedar a delegação da Fifa. Mas, com os impasses que estavam ocorrendo, cerca de 20% das reservas já haviam sido canceladas. Sem contar os empreendedores nos setores alimentícios (bares e restaurantes), fábricas de bandeiras, de camisas, enfim, todo mundo que pensou em investir uma grana na Copa, sairia derrotado aos 45 minutos do segundo tempo.
Ou seja, se Curitiba recebesse um NÃO como resposta, os maiores prejudicados seriam os empresários que investiram bilhões em infraestrutura para receber os turistas, mas veriam seu dinheiro sendo jogado pelo ralo, sem dó nem piedade. Além é claro dos trabalhadores que perderiam a oportunidade de uma vida melhor através de uma nova chance no mercado.
Durante a visita do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, a Foz do Iguaçu, nesta quarta-feira, foi inevitável não tocar no assunto. “Nós estamos acompanhando atentamente e rigorosamente todas as obras de todas as 12 cidades. Não há um nível de preocupação maior ou menor, nós temos atenção com todas as sedes. Fui a Curitiba semana passada, já há uma evolução visível a olho nu. Nós sempre trabalhamos com a permanência de Curitiba. A Copa não seria completa se ela não estivesse presente” afirmou o ministro.
“A Copa não seria completa”… Não seria completo o bolso dos trabalhadores, já que se a cidade não recebesse o Mundial, este não teria dinheiro nem para por comida na mesa de sua família. Os empresários também nãos seriam completos, já que teriam uma dívida gigantesca para pagar. Será que se estas pessoas fossem pedir grana ao governo para quitar seus gastos e os ameaçassem como o presidente do Atlético Paranaense fez, a resposta seria a mesma?
Em meio a tantas perguntas sem respostas plausíveis, uma cena da coletiva de Jérôme Valcke me chamou muito a atenção. Enquanto o secretário-geral da Fifa dava o veredito da entidade a respeito de Curitiba, a cena me lembrou a um pai dando aquela bronca no filho que acabou de aprontar uma coisa estupidamente retardada. Pelo menos, aparentemente, o sermão valeu a pena e o filho, parece ter aprendido a lição.
Lauane de Melo é repórter do Clickfoz e editora
de imagens da Rede Massa. Para interagir com a
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