A madrugada de sábado, 15, foi marcada por mais uma captação de órgãos no Hospital Municipal Padre Germano Lauck (HMPGL), a nona captação de 2017.
A captação foi feita após autorização da família de um jovem de 17 anos (Lucas Bertola), vítima de um Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) grave.
A morte encefálica do paciente foi confirmada através de exames realizados seguindo rigorosamente todos os itens descritos no protocolo específico.
A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) realizou a entrevista junto à família para a doação, que num gesto nobre e fraterno consentiu, dando assim um “sim” à vida de outras pessoas que estão à espera de um transplante.
Além do coração que foi encaminhado para Santa Casa de Curitiba, e pulmões, para Santa Casa de Porto Alegre, foram captados o fígado, rins, e pâncreas que foram levados para Hospital Angelina Caron.
A captação de córneas foi realizada pela equipe de Enfermagem do HMFI, responsável pela Enucleação de Córneas.
A secretária da CIHDOTT da instituição, Karin Aline Zilli Couto, disse que a captação começou pelo coração, que é o procedimento mais delicado, onde tudo precisa ser bem sincronizado. “O coração tem apenas quatro horas para ser transplantado. O tempo máximo de preservação do pulmão varia entre quatro a seis horas”, relata a enfermeira.
Já o médico intensivista Roberto Almeida, coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HMPGL, pontua dizendo que “o empenho e dedicação dos profissionais multidisciplinares, vale cada minuto do trabalho exaustivo dentro de uma UTI”.
Almeida prossegue dizendo que “tudo isso só é possível por conta da atitude de uma família capaz de não olhar só para a sua própria dor e tomar uma atitude cheia de valor e significado para outras famílias”.
É fundamental que se dissemine mais a importância da doação. O exemplo dessa família, que conseguiu, no momento de dor, pensar em salvar a vida de outras pessoas, é um exemplo a ser seguido.