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Em tempos de pandemia, dedicação guia ações da comunidade acadêmica da Unila

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Foto: PMFI

A pandemia de Covid-19 tem mostrado que solidariedade, serenidade, espírito comunitário, trabalho em equipe e dedicação são atitudes chave no enfrentamento à doença. No corre-corre dos atendimentos diários, alunos, professores, técnicos e gestores da Unila colaboram com informação, conhecimento e com infraestrutura.

Tudo começa com informação. Por isso, os médicos e professores da Unila estão se desdobrando entre o atendimento a pacientes, entrevistas a veículos de comunicação da cidade e orientações aos estudantes que também estão na frente de ação contra a pandemia. Não é raro ouvir ou ler as considerações da infectologista Flávia Trench ou do coordenador clínico do Hospital Municipal, Luiz Fernando Zarpelon, que também orienta os estudantes do internato. Isso tudo, sem falar nas mídias sociais, que são um meio de informação importante, quando bem utilizadas.

Os estudantes dos cursos de Medicina e Saúde Coletiva são uma importante força nesse trabalho de informação. Na central telefônica, instalada no Hospital Municipal, são os estudantes de Medicina que fazem o atendimento à população, respondendo às dúvidas sobre sintomas e orientando sobre os procedimentos corretos em relação à doença. São cerca de 50 estudantes se revezando nas diferentes atividades, tanto na central como em outras áreas. “Estamos nos dividindo nos mais diversos setores: atendimento telefônico, recepção e triagem de pacientes, leitos de enfermaria, de UTI [quando e se houver casos], além dos setores em que já atuávamos normalmente, como pronto-socorro e enfermaria clínica, onde estão os pacientes com outras doenças”, conta a estudante de Medicina Roberta Serafini.

Zarpelon lembra que é importante ter os estudantes também atendendo em outras áreas. “As pessoas também adoecem de outras enfermidades. A pandemia acontece num momento em que está havendo uma epidemia de dengue, e a sobrecarga do sistema de saúde está enorme. Eles têm apoiado muito como força de trabalho, como recurso humano, acompanhados sempre dos professores e dos preceptores”, comenta.

A maior demanda, nestes dias, tem sido pelo telefone. “A população está bastante preocupada e com muitas dúvidas. No momento, temos 4 linhas de telefone funcionando 24 horas e 4 chats de WhatsApp. Acredito que seja em torno de 50 ligações por hora que recebemos, a demanda está sendo enorme”, descreve Roberta.

Reportagem sobre a Central de Atendimento Ela sabe que sem a dedicação coletiva os resultados não chegam. “O trabalho em equipe é essencial neste momento. Não estávamos preparados para algo dessa magnitude, então, muitas coisas ainda estão sendo ajustadas e precisamos o tempo todo nos adaptar conforme o cenário vai mudando e a demanda vai aumentando”, diz.

Roberth Gutierrez, formado em Saúde Coletiva e aluno da Residência Multiprofissional em Saúde da Família, compartilha dessa visão. “Na área da saúde, a gente não trabalha sozinho, não existe isso de trabalhar sozinho. A gente tem que realmente ativar todas as nossas pontes”, comenta. Ele e outros colegas têm se dedicado ao manejo e acompanhamento dos casos de suspeita de Covid-19, ao registro no sistema e ao acompanhamento a distância dos pacientes com suspeita da doença e também dos que tiveram diagnóstico positivo. Olga Mosquera, também egressa de Saúde Coletiva e aluna da residência, e Camila Fernandes, discente do último ano da graduação em Saúde Coletiva, dividem o acompanhamento de casos com Roberth.

Acompanhamento

O acompanhamento dos casos consiste em receber a ficha dos pacientes que procuram as unidades de saúde – hospitais, pronto atendimentos, unidades básicas de saúde – com sintomas associados à Covid-19. Os dados são inseridos no sistema de monitoramento. Na sequência, é realizado o contato por telefone com os pacientes para averiguar como está o quadro patológico – se os sintomas persistem, se são leves ou graves. “A gente orienta como a pessoa deve proceder, quais os cuidados em casa, que são muito específicos. As pessoas que foram diagnosticadas suspeitas são imediatamente acompanhadas. Esse acompanhamento é diário. Em todos os 14 dias [da quarentena obrigatória], elas estarão recebendo ligações, sendo orientadas a ligar ao plantão caso os sintomas apresentem algum tipo de piora ou considerem que seja necessário”, conta Roberth.

Apesar de todo o esforço, a expectativa é que os casos aumentem. Por isso, a recomendação é uma só: que cada um cumpra a sua parte. “A gente está pedindo à comunidade essa conscientização, essa responsabilidade que, na verdade, é uma corresponsabilidade. Eles estão recebendo o acompanhamento das entidades sanitárias, mas também é importante que a comunidade entenda que cabe a cada um ajudar neste processo”, cobra Roberth. Esse também é o desejo da Camila. “Espero que, de fato, as pessoas respeitem a quarentena, que é muito importante neste momento, e que as pessoas se conscientizem.”

O esforço no combate à pandemia é grande, mas tem na experiência a sua recompensa. “Está sendo um desafio muito grande, mas também uma grande experiência para nós, alunos, que em pouco tempo estaremos atuando como profissionais da saúde nos hospitais”, avalia Roberta Serafini.

Para Camila, é importante ver, na prática, como funciona o atendimento de saúde numa situação de pandemia. “É um período complicado, ninguém gostaria de estar passando por isso. Fico grata de poder estar aqui, colaborando de algum modo com o serviço, com a saúde pública, de poder colaborar com a população, porque o objetivo do curso é esse, melhorar a saúde das pessoas no que a gente pode”, analisa.

O espírito comunitário, além do conhecimento técnico, tem alinhado o trabalho. “Estou ajudando de alguma forma e vou continuar lá, fazendo o que for necessário. Quando decidi estudar alguma coisa relacionada com a saúde, sabia que teria de enfrentar algumas coisas que, às vezes, podem provocar medo, mas é preciso fazer”, afirma Olga Mosquera.

Estrutura

Além da força física, a Unila está colaborando com a infraestrutura. No caso, com a cessão de quatro veículos oficiais e uma ambulância para a Secretaria Municipal de Saúde realizar atendimentos domiciliares.”É impossível não nos solidarizarmos com pessoas que atuam na guerra contra esse inimigo invisível. Os profissionais da saúde estão na linha de frente dessa batalha, colocando suas próprias vidas em risco pela população. Portanto, sentimo-nos na obrigação de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar a esses, que tanto nos inspiram admiração e gratidão”, diz Vagner Miyamura, pró-reitor de Administração, Gestão e Infraestrutura.

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