Prestes a completar um ano, as obras da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, na fronteira entre Foz do Iguaçu, no Paraná, e Puerto Presidente Franco, no departamento de Alto Paraná, atingiram 30% do cronograma, 20% em território brasileiro e 10% no lado paraguaio. Os trabalhos começaram em 7 de agosto de 2019 e devem avançar sobre o Rio Paraná, para conectar fisicamente as margens brasileira e paraguaia, em abril de 2021. A expectativa é que a ponte esteja concluída em meados de 2022.
Mesmo em meio a contratempos burocráticos e à pandemia da covid-19 e seus impactos econômicos e logísticos, o andamento da segunda ponte, sobre o Rio Paraná, é considerado um grande sucesso quando comparado até a países de primeiro mundo. Em regime de três turnos, a ponte ganha novos contornos dia a dia. Diretamente, a construção garante emprego para 470 trabalhadores.
“Agilidade com responsabilidade e transparência. É esse o ritmo que queremos dar sempre ao que anunciamos com os nossos parceiros, em especial com o governo federal, que tem dado todas as condições para que possamos remanejar recursos e imprimir esforços conjuntos para fazer as entregas que tanto a nossa gente espera”, diz o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.
Estrutura importante para desafogar o tráfego na Ponte da Amizade, na fronteira entre Foz e Ciudad del Este, a segunda ponte vai trazer mais segurança, benefícios socioeconômicos e mais conforto para os diferentes públicos – do transporte pesado a quem trabalha ou precisa acessar um dos países-irmãos, por via terrestre.
A Ponte da Integração fortalecerá a conectividade regional, hoje restrita, no caso de Brasil e Paraguai, à Ponte da Amizade, construída há 55 anos. Reivindicação antiga da população local, trará benefícios para toda a economia do Mercosul.
A ideia é possibilitar um novo impulso para o desenvolvimento de toda a área fronteiriça (Brasil, Paraguai e também Argentina) para permitir, no futuro, a conexão com o Chile e a Bolívia.
Passo a passo da construção
As obras no canteiro de obra estão em ritmo acelerado. As sapatas já estão concluídas e agora a montagem da grua está sendo preparada para a execução do pilar. Duas das sete transversinas já estão no canteiro de obras.
Na margem esquerda, os apoios 6, 7, 8, 9 e 10 estão prontos. Na prática, isso significa que as duas aduelas de arranque já foram posicionadas sobre a caixa de equilíbrio (apoio 10) e sobre elas estão sendo montadas as vigas transversinas. Na margem direita, no Paraguai, estão sendo concretados os apoios 1 (caixa de equilíbrio) e 5. A terraplanagem dos apoios 2, 3 e 4 já foi concluída.
Com linguagem menos técnica e de forma mais leiga, significa que, na margem brasileira, a parte da ponte que ainda fica apoiada em solo, ou seja, que liga a região do Marco das Três Fronteiras, onde está localizada, até a parte estaiada – está concluída. Os chamados pilares de apoios 6, 7 8 e 9.
O consórcio Construbase-Cidade-Paulitec, responsável pela obra trabalha agora na construção das partes metálicas que farão a ligação destes grandes pilares.
Na margem paraguaia, a fundação dos pilares menores (de 4 a 2) está sendo feita, assim como a concretagem do pilar/torre maior, que é o 5, e a caixa de equilíbrio, que é a parte de concreto que sustenta toda a parte estaiada com o seu peso próprio. Trata-se de uma grande caixa de concreto. A estimativa é que a instalação das duas vigas em suas posições definitivas aconteça em até dois meses.
Como será
A futura ponte internacional terá 760 metros de comprimento e será do tipo estaiada, com vão-livre de 470 metros. Contará com pista de 3,7 metros de largura em cada faixa, acostamento de 3 metros e calçada de 1,70 metro.
Parcerias
A nova ponte entre Brasil e Paraguai é uma obra do governo federal, com gestão do governo do Estado (por meio do Departamento de Estradas de Rodagem – DER) e recursos da Itaipu Binacional. Estão sendo investidos na construção aproximadamente R$ 463 milhões, considerando a estrutura, as desapropriações e a criação de uma perimetral no lado brasileiro.
Histórico
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, participaram da solenidade de lançamento da pedra fundamental da segunda ponte entre os dois países, no dia 10 de maio de 2019. Na solenidade, ela foi batizada de Ponte da Integração Brasil-Paraguai. Os dois países são sócios da usina de Itaipu, maior hidrelétrica em produção de energia acumulada do mundo.