A partir desta quarta-feira, 15, professores, pedagogos e agentes educacionais iniciam a greve geral nacional, suspendendo as atividades nas escolas da rede estadual de ensino de Foz do Iguaçu e região. A paralisação, por tempo indeterminado, tem a adesão de trabalhadores de várias categorias profissionais, abrangendo os setores público e privado.
Conforme o Comando de Greve da APP-Sindicato/Foz, a mobilização começa às 7h30 em frente às escolas. Os servidores pretendem distribuir 40 mil informativos e dialogar com estudantes, pais e mães sobre as reivindicações. Em seguida, às 10 horas, a categoria concentra-se na Praça das Nações (Mitre), no centro de Foz do Iguaçu, para a instalação do acampamento da greve.
A defesa da aposentadoria e dos direitos trabalhistas, como férias de 30 dias, hora extra e 13º salário, unifica o movimento grevista em todo o país. Os trabalhadores pretendem barrar a aprovação das reformas da Previdência e da CLT (Consolidação das Lei do Trabalho), defendidas pelo governo federal, governadores, parlamentares e partidos da base aliada.
“O ano começou com ataques contra os direitos dos trabalhadores por parte dos governos estadual e federal. São medidas que transferem para a população o custo da crise econômica e política criada pelos próprios governantes”, destaca Fabiano Severino. “A greve é uma forma de resistirmos às decisões autoritárias, sem debate e que causam o desmonte dos serviços públicos”, diz.
Greve no Paraná
Conforme o presidente da APP-Sindicato/Foz, os educadores do Paraná também reivindicam o fim das punições contra professores doentes. A categoria exige nova resolução de distribuição de aulas que respeite a lei da hora-atividade de 33%, pagamento da data-base e do piso salarial nacional, contratação de funcionários e manutenção de direitos conquistados.
“Enquanto dizem que educação é prioridade, os governos não cumprem as leis do piso salarial e da hora-atividade, como é o caso do Paraná”, enfatiza Fabiano Severino. “Profissionais do magistério com formação superior ganham 35% a menos que os demais trabalhadores que não são professores. É mais um dado que revela o descaso governamental com a educação”, frisa.
Mobilização nacional
A paralisação deflagrada no dia 15 de março conta com a adesão de inúmeras categorias profissionais. Estão previstos protestos, suspensão temporária de atividades e greve por tempo indeterminado em todos os estados. O movimento foi lançado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e ganhou o apoio de outras centrais sindicais brasileiras.
Em todo o país, pelo menos um milhão de trabalhadores da educação devem participar da greve, mobilizados por 50 sindicatos que representam servidores das escolas públicas, segundo a apuração das entidades sindicais. Em várias localidades, a paralisação terá professores e funcionários de escolas municipais e estaduais, bem como docentes de universidades públicas.