Professores e funcionários de escolas da rede estadual de Foz do Iguaçu e região participam da 8.ª Conferência Estadual de Educação da APP, nesta sexta-feira e sábado (12 e 13), em Curitiba. Com o tema “Por uma educação humanizadora”, o encontro prevê reunir cerca de 500 profissionais de todo o estado.
Nas etapas preparatórias, 12 educadores foram eleitos delegados para representar as nove cidades da região, na área que vai de Foz do Iguaçu a Ramilândia. Os debates serão em torno de seis eixos temáticos, que incluem temas como políticas educacionais, gestão democrática e financiamento, e a pauta de reivindicação da categoria.
As propostas aprovadas na conferência serão entregues a candidatos e candidatas nas eleições deste ano, estabelecendo um compromisso dos agentes políticos com a pauta da escola pública e dos educadores paranaenses. O documento final será referendado em assembleia estadual da categoria neste fim de semana.
“A conferência é um processo rico e de amplo debate, estruturado em etapas municipais e regionais, envolvendo não apenas a categoria como a comunidade escolar”, explica a presidenta da APP-Sindicato/Foz, Janete Batista. “O que foi discutido está vinculado à realidade objetiva de quem está em sala de aula e no dia a dia da escola”, completa.
Para a dirigente sindical, é relevante a Conferência Estadual de Educação coincidir com as eleições. “Mais ou menos investimentos, escola com viés humano ou mercantilista, educadores valorizados ou atacados são decisões políticas de quem é eleito. Por isso, a conferência chama para a reflexão e a mobilização neste momento decisivo”, frisa Janete.
Com atuação profissional em São Miguel do Iguaçu, o secretário-geral da APP-Sindicato/Foz, Ari Jarczewski, reforça a relevância do período para a categoria. “Por ser ano eleitoral, a decisão está na nossa mão, da sociedade. Convidamos pais, mães e alunos a pensar sobre os retrocessos que a escola pública enfrenta e como reverter esse quadro”, sublinha.
Debate amplo
A conferência educacional amplificou entre os educadores e a comunidade temas como privatização, terceirização e militarização das escolas. Superlotação de salas de aula, projeto pedagógico, avaliações no processo ensino-aprendizagem, financiamento da escola pública, que sofreu revezes nas atuais gestões estadual e federal, integram a pauta.
Quanto ao exercício profissional, ganham relevância os ataques contra a carreira e o não pagamento do piso salarial, bem como o processo de terceirização que beneficia empresas privadas, custa mais caro e gera desemprego. A ausência de um programa efetivo de formação para a categoria e os efeitos prejudiciais do “novo ensino médio” estão incluídos no diálogo.