Professores, pedagogos e funcionários de escolas da rede estadual aprovaram greve por tempo indeterminado a partir do dia 25 de junho. Com a paralisação, aprovada em assembleia, sábado, 15, os educadores se somarão a outras categorias de servidores do Paraná que já decidiram suspender o trabalho.
A principal reivindicação é o pagamento da data-base, reajuste que repõe as perdas salariais causadas pela inflação. No Paraná, os servidores estão há quase quatro anos sem receber essa reposição, acumulando defasagem superior a 17% na remuneração. Como efeito, os funcionários públicos estaduais perdem cerca de dois salários por ano.
Presidenta da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro explica que, depois de uma paralisação dos educadores em abril, o governo do Paraná iniciou negociação. Entretanto os representantes da administração abandonaram o diálogo sem a apresentação de proposta para o pagamento da data-base nem para os demais itens da pauta trabalhista e educacional.
“A educação segue sem ser valorizada no Paraná. O governador Ratinho Junior mantém as mesmas práticas de seus antecessores recentes, fazendo um discurso para o público, mas impondo ataques e sacrifícios aos educadores e demais servidores que prestam os serviços públicos relevantes para a nossa população”, sublinha.
A dirigente sindical enfatiza que estudo técnico apresentado ao governo, com base em dados oficiais, mostra que o pagamento da data-base não oferece nenhum risco às finanças do estado. Conforme Cátia Castro, Ratinho Junior recebeu a gestão com o mais baixo índice de gasto com pessoal dos últimos dez anos e com aumento das principais fontes de arrecadação.
Pauta em defesa da educação
As reivindicações dos trabalhadores em educação vão além da exigência do imediato pagamento da data-base. A pauta inclui medidas trabalhistas e educacionais, entre elas garantias dos direitos dos professores temporários, contratados por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS), abertura de concurso público e garantias salariais e de condições de trabalho para funcionários de escolas.
“Também exigimos que o governador retire o Projeto de Lei Complementar 4/2019, que tramita na Assembleia Legislativa. Essa proposta destrói a carreira do funcionalismo público estadual”, enfatiza Cátia. Os pontos de reivindicação incluem ainda defesa de previdência pública, humanização da perícia médica no estado, melhoria do atendimento à saúde dos servidores e concessão de licenças especiais previstas em lei, entre outras medidas.
Agenda da greve
Nesta terça-feira, 18, os educadores farão mobilização na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP) e no Palácio Iguaçu. De 17 a 24 de junho, serão realizadas plenárias e reuniões em escolas e comunidades, formação de comandos de greve, distribuição de carta a estudantes, pais e mães e pressão nos deputados estudais.
A greve unificada dos servidores iniciará na manhã do dia 25 de junho.