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É possível envelhecer com saúde e mantendo a qualidade de vida

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Sou Cristina Ribeiro, Fisioterapeuta, Especialista em Gerontologia pela UNIFESP-SP, Mestranda em Gerontologia pela PUC-SP e Docente na Educação Superior. Estou residindo em Foz do Iguaçu desde julho do ano passado e a partir de agora estarei com vocês aqui no ClickFoz, quinzenalmente, conversando sobre assuntos relacionados à Gerontologia. Podemos definir a Gerontologia como a ciência que estuda o processo de envelhecimento, sendo um campo de conhecimento interdisciplinar que pretende estudar o idoso do ponto de vista científico, em todos os seus aspectos, físicos, biológicos, psíquicos e sociais, sendo responsável pelo atendimento global ao paciente.

De acordo com o IBGE, estima-se que em 2025 a população idosa atingirá um crescimento três vezes maior do que a população no geral. E diante deste cenário nos deparamos com o fato de que a população brasileira e as autoridades não estão preparadas para este aumento no número de idosos. Isto em relação aos serviços de saúde especializados, a acessibilidade nas ruas e a falta de profissionais qualificados para atender esta população que cresce a cada dia.

Considero a gerontologia por si só uma área interdisciplinar, pois mesmo que o paciente não consiga ser atendido por vários profissionais que interagem com o propósito de ajudá-lo, o profissional especialista em gerontologia possui visão global e abordagem do todo. Dentre os profissionais que fazem parte da Gerontologia está o profissional fisioterapeuta, que pode atuar na área da prevenção e reabilitação, com o objetivo de auxiliar o paciente na realização das atividades diárias e independência funcional contribuindo assim na melhora da qualidade de vida. Costumo definir a Fisioterapia Gerontológica como a área da fisioterapia especializada no atendimento da pessoa idosa, se utilizando de uma abordagem humanizada, integral e vendo o paciente como sujeito de uma história de vida e não apenas como um “objeto” portador de doenças próprias do envelhecimento.

Para exemplificar cito um atendimento fisioterapêutico não especializado no idoso, no qual o profissional atenderia o paciente o abordando da seguinte forma: caso clínico-paciente idoso, de 68 anos com dor nos joelhos devido artrose. Neste caso o profissional estaria levando em conta apenas a patologia do paciente. Agora o mesmo caso clínico, se fosse visto com uma abordagem fisiogerontológica, seria da seguinte maneira: paciente idoso, de 68 anos, viúvo, mora sozinho, pai de 4 filhos,  aposentado, que tem dor nos joelhos por causa da artrose, devido ao fato de ter trabalhado durante 30 anos como lavrador e hoje está restrito de suas atividades sociais devido a dor, pois não consegue mais caminhar a longas distâncias. Neste segundo caso o fisioterapeuta por ser especialista em gerontologia vai ter uma abordagem mais global do paciente, vai tratar dos joelhos do idoso, além de considerar todo o seu contexto social que é muito importante para o bom andamento da fisioterapia.


Fisioterapeuta Cristina, nova colunista do portal ClickFoz

Todos estes questionamentos sobre a história de vida do paciente devem fazer parte da avaliação que o fisioterapeuta especialista em gerontologia precisa ter ao abordar o idoso, além, é claro de uma anamnese minuciosa, uma avaliação fisio-funcional, a verificação do acesso à rede de suporte social, ter atenção nas relações familiares, atividades de lazer entre outros fatores.

Este exemplo que acabei de citar nos faz refletir sobre a necessidade da qualificação profissional quando se trata do atendimento ao idoso e faz com que se tenha cada vez mais espaço para um novo campo do saber- a fisioterapia gerontológica – com o intuito de possibilitar respostas interdisciplinares às novas e variadas demandas surgidas com o atual fenômeno do envelhecimento populacional.

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